quarta-feira, dezembro 26, 2012

Jacek

Há três meses quando comecei o meu projeto em Lisboa. Dois meses com sol e um mês com chuva. Portugal parece-me um país das gentes alegres. Cada um tem o sorriso na cara e estes cujas encontrei, tem muito energia positiva para outros. Inverno não existe aqui.
As escolas onde trabalho ensinam-me a ser paciente e aberto. Paciente comigo, com problemas em comunicação, com vários situações que acontecem. A estadia aqui é uma boa lição para mim. Mais vezes sinto-me como uma criança nesta cultura e nesta língua. E como criança tenho que pedir ajuda aos outros. Através disto, aprendo como e que mover-me num ambiente diferente. Talvez mais do que dar uma ajuda, cheguei aqui para aprender isto. Como é a experiência de uma pessoa numa terra nova. Estou como imigrante quem tem de lidar com diferenças, mas também encontro muita bondade. Espero que com o tempo aprenda mais e mais. E talvez dentro de algunss meses, vou compreender mais e vou conseguir chamar o mundo novo, que existe aqui. Vou crescer rápido, como criança.

Por enquanto estou a apreciar o país, costas azuis, diversidade dos bairros de Lisboa, gentes, boas rochas para escalada e ambiente cheio de alegria.



Jacek

 

Oscar Sanchez


A minha experiência como SVE, nestes primeiros meses tem sido muito positiva.
No que diz respeito ao meu projeto, eu trabalho em dois centros.
No primeiro, no qual permaneço a maior parte do tempo, as minhas funções estão ligadas à área das artes. Este local permite-me observar distintas formas e técnicas de ação no mundo com incapacidade tanto física como mental.
No segundo centro, trabalho duas tardes por semana, as quais dedico à área da reabilitação (Terapia Ocupacional). Uma das tardes permaneço no jardim-de-infância, com algumas crianças com dificuldade de aprendizagem. A outra tarde fico com duas crianças com espinha bífida com as quais desenvolvo diversas atividades (motricidade, AVD´s…).
No que diz respeito à minha vida social em Lisboa, gosto muito da cidade, a suas pessoas, os seus costumes, a sua gastronomia e as suas ruas, assim como os diferentes bairros que as compõem, onde se pode encontrar diversas atividades culturais diurnas e noturnas.
Outro aspecto a destacar está relacionado com o convívio que desenvolvi na casa onde resido. Aqui partilho casa com mais sete pessoas de nacionalidades diferentes, tendo aprendido culturas muito diferentes, tanto da minha, como da portuguesa, mas que facilmente se conseguem relacionar. Somos todos muito diferentes mas com o mesmo objetivo, o voluntariado!
Desde a minha chegada até hoje, posso concluir que a minha experiência como SVE está a superar as minhas expectativas e está a ser muito gratificante, tanto a nível profissional como a nível pessoal. Conto aprender muito mais até junho de 2013, altura em que termina o meu período de voluntariado em Portugal.

Oscar Sanchez. 


Benedicte Leude

O meu projeto de SVE acontece na associação ALEM de literatura e mediação. Trabalho em três escolas diferentes em que posso desenvolver os meus próprios projetos. Na primeira, um pre-escolar, tenho workshops de música com as crianças de 4 e 5 anos. Fazemos despertar musical a través de jogos com musica clássica, dança e movimento, instrumentos de percussão; ensino-lhes canções francesas e portuguesas, toco clarinete eguitarra para eles.


Na segunda escola, tenho duas atividades: primeiro, duas vezes por semana organizo com a voluntária espanhola Antonia um workshop de música ligada aos outros tipos de arte: artes plásticas, dança, teatro etc. De momento, assim é como temos organizado as sessões:
1.  Fazer música com o seu corpo
2. Desenhar música
3. Mover música
4. Coloque a cena da música
5. Escrever música (letra)
6. Compor a música
Uma vez por semana, participo na “hora do conto” e toco música enquanto outra voluntária de ALEM ler um conto.
Na terceira escola, só ajudo aos professores na realização de cartazes e painéis. 

Viver em Portugal é uma experiência muito interesante - mas chuvosa. Lisboa é uma cidade muito rica a nível da cultura, das saídas e das sardinhas. O que prefiro são as tostas Zaza do Bacalhoeiro, a música do ZdB, o miradouro São Pedro de Alcântara, o jardim do Torrel, a palavra "excelente", o apartamento que partilhamos com os outros voluntários e a nova linguagem internacional que usamos para comunicar (o inglé-portu-spanhol), o trajeto em comboio para ir de Lisboa a Cascais, o Meo Out Jazz durante o verão e os meus alunos nas escolas.




Antónia Huguet: O meu EVS - mais do que um dia a dia


Cheguei a Lisboa num dia de setembro em que olhei pela primeira vez na minha vida esta cidade.  Numa nova morada, 7 pessoas desconhecidas, chegadas de diferentes lugares do mundo, sem saber nada (ou quase nada) de português e das vidas dos portugueses, reuni-mo-nos para começar os nossos projetos de  SVE pela mão da Rota Jovem que orientou os nossos novos caminhos.
Depois de 3 meses, Lisboa não é aquela cidade desconhecida, é uma cidade amiga que me abre as suas ruas e a sua beleza, com a antiguidade e a história em cada passo, o rio Tejo, que tanto necessito olhar porque abre os meus pensamentos e criatividade, uma cidade onde descubro novos lugares, sempre que tenho tempo para percorre-la, e conhecer melhor a vida (e a comida) dos portugueses: sempre atentos, com uma alegria especial que inunda a vida neste lugar do planeta. E tentando falar com eles esta língua da que tanto gosto!
A minha morada agora já não é morada, é o nosso  lar: onde vivemos cada dia uma aventura engraçada, ou simplesmente palavras, comidas,  risos. As pessoas já não são desconhecidas, são a minha nova família, os meus amigos, cada um deles é diferente, mas cada um tem muitas coisas a ensinar-me, com as suas culturas diferentes, a sua forma de perceber a vida,  o seu recorrido vital.
E o meu projeto em ALEM, não é só um projeto, é a minha realidade, é um novo mundo de experiência que não é sempre fácil, mas sempre abre a tua percepção das coisas; de novas pessoas que me brindam a oportunidade de aprender cada dia: crianças, idosos, pessoas que se superam cada dia, professores, educadores, novos espaços em que participar, em que criar pontes entre culturas, onde a educação é a expressão artística são as bases, onde percebo uma vida real, onde percebo a importância da acreditar nas pessoas.
E só é o primeiro trimestre.

Antónia Huguet




quinta-feira, dezembro 20, 2012

Vitória, vitória, acabou-se a história !



Após enviar muitíssimas "application form" para  para vários projetos SVE em diferentes países,  Portugal escolheu-me, deu-me uma resposta positiva. Disse a mim mesma, « porque não » ? É uma oportunidade! As boas aventuras e as grandes aprendizagens podem ocorrer em qualquer lugar, pois as mudanças e o crescimento são sempre interiores.



Depois de ter estado um mês em Lisboa fui morar para a Cabeça Gorda, no Alentejo. Nesta pequena aldeia conheci o Portugal mais autêntico, conheci os seus costumes, as suas festas (o « bailinho » a cada 6 ° feira numa aldeia diferente, onde nos juntávamos todos)  aprendi novas danças, descobri a gastronomia mais típica na casa do João (dono do restaurante / escritor / amante da filosofia), os incríveis doces da padaria (que só abria às tardes), o artesanato na casa do sapateiro. E acima de tudo conheci a amabilidade das gentes desta aldeia, pessoas desconhecidas que abriram as portas das suas casas e nos deixaram fazer parte de suas vidas.

Quando cheguei à Cabeça Gorda já estavam à minha espera outras duas voluntárias, a Ilaria e a Elena (uma italiana e a outra ucraniana) Com elas partilhei todos os momentos, bons e menos bons, porque esta maravilhosa história do voluntariado, também é coisa de que se pode não gostar !
O nosso projeto desenvolveu-se na «Associação Carpe Diem na Aldeia ».  Trabalhávamos com os meninos e as crianças da freguesia. Dinamizávamos as férias através do desenvolvimento de múltiplas atividades (excursões a museus, atividades culturais na cidade de Beja, caminhadas, piscina, ateliers de artes plásticas, invenção de jogos lúdico-educativos, entre outras coisas). 

Durante o período escolar, trabalhávamos na sala para jantares e fazíamos atividades com os meninos nos períodos entre aulas, assim como pelas tardes, quando terminavam a escola, fazíamos animação, noites de cinema, reforço dos trabalhos de casa, ateliers de história , entre outras atividades. Sempre procurámos atividades com sentido educativo para possibilitar o desenvolvimento da criatividade dos miúdos. Poder trabalhar com os meninos foi incrível, graças a eles descobri muitas coisas, como o verdadeiro significado da palavra "paciência" . Assim, estes pequenos, e não tão pequenos, fazem parte da minha história, são os grandes protagonistas.