terça-feira, janeiro 21, 2014

Discovering Portugal!

Como não só de trabalho vive o voluntário europeu, a Agnese e eu (ainda não nos conheces? Aparece cá na Rota!) decidimos investir o nosso dinheiro de bolso numa das melhores formas de aprofundar o conhecimento de uma cultura: viajar! E para isso escolhemos um paraíso português em forma de ilha, preparámos os nossos sacos e apenas uma semana e hora e meia depois de termos comprado os bilhetes de avião,  lá estávamos na Madeira.



O sol, o mar e uma natureza cheia de cores estavam à nossa espera numa calma envolvente que nos convidava à tranquilidade e ao relaxamento. Só se tratava de observar, e observamos. Observamos as montanhas a correr em direcção ao mar, as estradas a ascender para o céu e as nuvens a mexer-se devagarinho debaixo dos nossos pés. Mas também ouvimos. Ouvimos o silêncio, o mar a romper nas rochas e os pássaros a cantarolar como na Primavera. E não houve mesmo alerta amarelo que nos detivesse na nossa determinação de descobrir a ilha e subir, descer, caminhar, remar, nadar e até quase voar lá no alto.



Tudo para voltarmos a Lisboa com a sensação de ter percebido que a Madeira é com certeza mesmo um bocado de Portugal no meio do oceano. A população local, a sua amabilidade e afabilidade infinitas, os sorrisos, a vontade de falar, de ajudar a quem, como nós, não encontra o caminho certo - isso é Portugal. E ainda que os sotaques, as paisagens, a gastronomia e o tempo sejam tão diferentes aos nossos olhos (e aos nossos ouvidos, e também ao paladar), isso é também Portugal, porque é precisamente na diversidade que se acha a riqueza; e esta viagem contribuiu para apresentá-la. Assim, agora podemos dizer que conhecemos Portugal um bocadinho melhor e que gostamos deste país ainda um pouco mais do que há uma semana. Mas como também não só de descoberta vive o voluntário europeu, agora a Agnese e eu estamos já de volta à Rota, trabalhando sem deixar de matutar em qual será o nosso próximo destino...

terça-feira, janeiro 14, 2014

Passo a passo, a causar (Im)PACTO

Há já um ano que a ideia do Impacto Local surgiu na Rota Jovem, e depois de muito trabalhar sobre ela, este fim-de-semana finalmente pudemos ir para o terreno.
A Ana Ferreira, responsável pelo projecto, aponta que a associação queria desde há anos investir na área social, “e agora houve a vontade e a oportunidade de juntarmo-nos e fazermos esta iniciativa”. Uma iniciativa de intervenção social em parceria com a Câmara Municipal de Cascais e o projecto Orienta-te, que culminou em um grupo de dez jovens voluntários que interviu em quatro casas a precisarem de arranjos, para melhorarem as suas condições de habitabilidade. 

A jornada do Domingo apresentava-se não apenas intensa, mas também transformadora, tanto para as habitações como para as pessoas. Porque esse é precisamente o espírito do Impacto Local: ações que transformam e que nos transformam.  

É com esse espírito que voluntários como a Alexandra Pinto decidiram entrar em contacto com uma realidade diferente à sua, mas de alguma forma, ainda muito próxima: "Acho que foi muito importante termos estado com estas pessoas e termos feito esta intervenção, porque pessoalmente sinto que me desafiei e conheci uma realidade diferente". Para ela, além disso, a vivência serviu para marcar a diferença, o que é algo que "já vale tudo". Sendo esta a sua primeira experiência no voluntariado social, já teve a oportunidade de conhecer pessoas como o senhor Fernando André, um dos beneficiários deste projecto e um homem com um sorriso permanente no rosto e muita vontade de conversar. Ele fala com o seu companheiro no colo, um ursinho que o neto Lucas lhe ofereceu como prenda para lhe fazer companhia, enquanto enumera as más condições do seu apartamento: "Há três anos que estou cá e antes estava muito pior. Fui eu que fiz todas as obras quando aluguei a habitação, mas continua a estar frio no inverno e há muitas humidades". E de repente muda a conversa para contar que adora o mar, que adora ir lá ouvir as ondas e que o importante "é sentir que temos alguém ao pé, estar em contato com alguém". É por isso que ele acha "muito bom que os voluntários venham cá para ajudar", consciente de que "são pequenas coisas que as pessoas não podem arranjar".

O dia acaba com a gratificação pelo trabalho feito, embora o tempo não tenha sido suficiente. "Os voluntários entregaram-se de alma e coração e fizeram um trabalho excelente", diz Ana Ferreira, "Acho que a satisfação é bastante grande, tanto dos participantes como das pessoas das casas". E acaba também como começara na véspera na Rota Jovem, com os voluntários a partilhar as suas impressões, a experimentar uma "sensação de poder, de podermos todos juntos" que se traduz numa frase apanhada no ar nesse instante de grande abraço e que nunca fez tanto sentido: "podemos mudar o mundo, um passo de cada vez".