sexta-feira, abril 11, 2014

Rotas lá fora: Animation Lab em Barcelona, Take 2!


Lembram-se da Cátia, a Andreia, a Marta e a Tânia? A estagiar desde Fevereiro em Barcelona através do projeto "Animation Lab" do Programa Leonardo da Vinci, já tiveram uma série de aventuras! Acompanhem a últimas novidades a seguir!:

" Cá estamos nós  mais uma vez! Já começámos os nossos estágios: A Andreia está no Casal de Gent Gran de la Vall d’hebron, a Cátia na Fundació Societá i Cultura – FUSIC, a Marta na Young Men’s Christian Association – YMCA e a Tânia na Forn de teatre Pa’tothom."

"E para além do trabalho?", perguntam vocês.

"Estamos a gostar muito e está a ser uma experiência interessante! Temos aproveitado os tempos livres para:





Festejar o Carnaval                     Participar nas atividades culturais organizadas 
                                                         pela Nexes e visitar o Bairro Gótico...



...mas também ao Refúgio Diamante            Sem esquecer as saídas com amigos!

E no meio disto tudo, já estão a deixar marca em Espanha. Vejam só, já foram entrevistadas para um programa de rádio local onde promoveram Portugal!



Hasta la vista caras leos espanholas, aguardamos notícias vossas em breve!!! 


Apenas a idade é que muda

Nas quartas à tarde, quem chega à Escola Secundária Marquês de Pombal do Bairro da Ajuda com as pastas debaixo do braço não são apenas as meninas do ensino regular ou os rapazes que estão a tirar cursos profissionais. São também os velhotes e as velhotas que frequentam as aulas e as atividades organizadas no seio da Universidade Sénior. Todos eles, adolescentes e idosos, partilham espaços e têm em comum a energia própria de quem se sente jovem e a vontade de serem estimulados na aquisição de novos conhecimentos. No caso da Universidade Sénior, não poderia ser de outra maneira num programa baseado e sustentado no trabalho de voluntários que acreditam numa forma diferente de fazer as coisas. Cristina Viçoso, professora de português nesta escola e uma dessas pessoas voluntárias a trabalhar no projecto, foi a impulsora da integração há já sete anos da Universidade Sénior nas instalações escolares. "Eu acredito numa escola pública aberta à comunidade", afirma, "e em ações como esta há benefícios para os velhotes, para os jovens e para a escola". A relação intergeracional é o principal destes benefícios, na medida em que "os jovens devem aprender a lidar com os velhos e os velhos devem assumir uma actitude positiva para tirar o máximo partido dos jovens". O contacto entre eles no âmbito da escola, onde participam do objectivo comum da aprendizagem, é importante para tentar deitar fora os preconceitos e encontrar os pontos que os conectam.

Porém, para favorecer a ligação e o entendimento intergeracional é fulcral o trabalho facilitador de voluntários como a Pilar, que embora desenvolva as suas tarefas principalmente com os estudantes do curso profissional de Assistência e Apoio à Família e à Comunidade, colabora também com a Universidade Sénior oferecendo palestras sobre assuntos que propiciam o debate e o intercâmbio de ideias. Na última, sobre vegetarianismo, as raparigas do curso profissional participaram também de forma ativa com a preparação de petiscos (vegetarianos, claro) que serviram aos idosos como forma de introdução à conferência. Esta iniciativa conseguiu reunir numa mesma sala de aula quatro gerações diferentes, entre participantes da Universidade Sénior, estudantes e voluntárias. Para Cristina, o trabalho da Pilar "é fundamental, porque consegue mesmo chegar às miúdas, e o seu projecto tem contribuído imenso para a educação e a formação delas", mostrando-lhes o que há para além da escola e dos livros. E esta é uma opinião que Mariana, uma dessas miúdas, partilha. "Estou a aprender com ela, é importante que esteja aqui porque nos ensina a fazer muitas coisas, como o blogue no qual escrevemos todas as semanas". A Pilar, pela sua parte, acha muito enriquecedora a sua participação nesta iniciativa intergeracional que o seu Serviço Voluntário Europeu na Associação Literatura, Literacia e Mediação (ALEM) lhe oferece, e considera o projecto "uma ferramenta primordial para um envelhecimento ativo sustentado na participação social" que ela própria gostaria ter opção de utilizar no futuro.


Mariana e Aníbal Alves, de 73 e 74 anos, já estão a usufruir dessa opção. Ela desde há seis anos e ele há apenas dois, "mas só porque trabalhei até mais tarde". Decidiram vir porque "estávamos aposentados, e achamos bom para a convivência e para adquirir mais conhecimento". E lembram que na altura em que eles tinham a idade dos jovens com os que agora partilham espaço era impensável que os idosos tivessem esta oportunidade de participação social. "A nossa infância era diferente, sobretudo economicamente, e não havia possibilidade dos mais velhos poderem participar, o convívio era mais familiar do que social". Além disso, gostam de partilhar espaço com os estudantes mais novos e consideram que com a sua presença no projecto estão também a ajudar os voluntários, num processo de intercâmbio onde todos ganham, "eles experiência e nós passeios, visitas, discussões". E Mariana, agora a menina Mariana, quer também ser no futuro, como agora o é a sua xará, uma "velhota muito fixe", porque "se os idosos querem aprender e podem, eu acho bem. Eles estão cá para aprenderem o que os novos aprendem, apenas a idade é que muda".

É assim que os 57 anos que separam as duas Marianas não parecem ser tantos. Elas têm graças à Universidade Sénior algo que as une, que as aproxima apesar da idade mas também por causa dela. Algo que, mesmo ainda que elas não se apercebam, as achega e as integra também em uma sociedade que precisa, cada vez mais, de ligações entre as pessoas.


@ arrotante do momento!:
ELENA Dizem os que a conhecem que a Elena é obcecada e inquieta, mas também entusiasta e perfeccionista. Ela, que também se conhece um bocadinho, diz que é, sobretudo, curiosa. É por isso que gosta de espreitar, de escrever, de experimentar. É por isso que adora cinema, leitura, viagens. E, se calhar, é também por isso que é voluntária, porque há poucas maneiras melhores para descobrir e pôr-se a prova do que isso.

quinta-feira, abril 03, 2014

Na metade do caminho

A estação de comboio de Braga presenciou no último fim-de-semana de Março um ir e vir de raparigas e rapazes. Não é algo assim tão esquisito se temos em conta que Braga é uma das cidades portuguesas com uma população jovem mais numerosa. Mas não eram jovens bracarenses. Também não eram estudantes das universidades bracarenses. Éramos nós, jovens vindos dos mais variados recantos da Europa. Com a mochila às costas e após uma viagem mais ou menos comprida, acudimos à chamado da Agência Nacional para a Gestão do Programa Juventude em Ação para participarmos na formação intermédia do nosso projeto Serviço Voluntário Europeu. Foi pois com o objectivo de fazer um parênteses para pensarmos no projecto que chegámos ao norte. Como em conjunto sempre se pensa melhor, o fim-de-semana prometia uma boa dose de reflexão e partilha. E a promessa cumpriu-se.

É se calhar por causa da rotina das nossas tarefas e pela nossa vontade de aproveitar ao máximo o nosso tempo que muitas vezes nós voluntários não paramos e refletimos sobre o nosso próprio percurso ao longo do projeto. Por isso, a formação logo se tornou um espaço para a troca e a partilha de experiências, para a aprendizagem sobre a nossa trajetória até o presente e sobretudo, face ao futuro. Esse futuro mais ou menos próximo sobre o qual já todas e todos estamos inevitavelmente a matutar mas que, também inevitavelmente, ainda depende de como soubermos gerir o nosso presente. Para cada voluntário a experiência é diferente: as motivações e a forma de encarar as dificuldades não são as mesmas, mas é gratificante sabermos que cada experiência pode também contribuir para construir e completar as outras experiências, em uma espécie de terapia de grupo na procura de um benefício recíproco. O rol dos dinamizadores que nos acompanharam neste processo foi o de oferecer as ferramentas necessárias para que fôssemos nós a descobrir, a partilhar, e talvez mesmo a mudar a nossa própria perspetiva sobre as coisas.

A ninguém pôde deixar indiferente uma estadia de vários meses noutro país, com as coisas boas e menos boas que isso implica, e com o desafio que supõe transformar todas essas coisas em algo que nos ajude a crescer e a avançar. Parece fácil, mas não é tanto assim. É um processo lento, que requer tempo, paciência e consciência. E é um caminho que se pode percorrer sozinho mas que também procura o apoio e suporte de outros que como nós, estão a caminhar em uma direção que ainda não sabem se é a certa. Só o tempo é que nos fará saber, mas é importante esforçarmo-nos no auto(re)conhecimento e autoavaliação do nosso papel como voluntários. O nosso projeto, afinal, somos nós. E tudo, o bom e o mau, é uma questão de focagem que a formação contribui a orientar.

Mas para além da profunda reflexão que a formação propõe, também há espaço para as relações sociais e as brincadeiras, para as conversações atraves das quais surgem novas amizades e com elas, planos para futuras viagens, futuras visitas, futuras festas, futuros jantares, confissões sobre namoros presentes e passados, sobre amigos, amigos coloridos e mesmo outros já descoloridos com o passo do tempo. Isto sim, também faz parte do Serviço Voluntário Europeu.



Assim, como os balões que todos juntos libertámos para comemorar o Dia Nacional da Juventude voam também já no céu de Portugal os nossos sonhos, desejos e  planos para o futuro que começa aqui .




@ arrotante do momento!:
ELENA Dizem os que a conhecem que a Elena é obcecada e inquieta, mas também entusiasta e perfeccionista. Ela, que também se conhece um bocadinho, diz que é, sobretudo, curiosa. É por isso que gosta de espreitar, de escrever, de experimentar. É por isso que adora cinema, leitura, viagens. E, se calhar, é também por isso que é voluntária, porque há poucas maneiras melhores para descobrir e pôr-se a prova do que isso.

quarta-feira, abril 02, 2014

Magali: "Curiosity, empathy and active listening, all we need to move on all together"


 A Elena decidiu colocar mãos à obra e dar-vos a conhecer melhor todos os colaboradores internacionais que a Rota Jovem acolheu nos últimos meses, através de um grupo de reportagens que vais querer ter debaixo de olho. Desde estagiários a voluntários SVE, vais poder conhecer um pouco sobre os seus interesses e opiniões sobre a Europa! Fica atent@ e acompanha-os!


After two months of hard work designing a training course about Human Rights, Magali has already left Rota Jovem. We could not let go the opportunity to talk to her about all the knowledge she has collected, so here it is what she told us about this hot and important topic. And read until the end, because we have a small surprise!


- What is Ethics in International Relations for you?
Ethics in International Relations for me is the connection between realist and idealist theories. It is something which is above us; it is common sense that should guide the future of International Relations. It is the effort that some people make in order to choose either the lesser evil or the best way of doing things. It is important because today in many countries we have all our first needs fulfilled and therefore we have the time and the opportunity to invent a way of living without neither violence nor injustice. It is even more important because many states or unions of states are increasingly calling for more ethics in the International Relations, even if they do not respect it a lot.

- How and when did your interest about Ethics in International Relations start?
When I was younger I was more idealist, but I’ve been forcing myself to be more realist. I studied International Relations and I wrote my thesis about transfer of weapons by some members of the European Union. When a teacher explained me the selling of weapons to unstable areas of the world just for business I realized that his perception of the world was rather limited. I was there to learn how to create solutions and not to repeat history without thinking. So in my thesis I tried to show that the European Union cannot go on spreading across the world a pacific and positive discourse about itself if the EU is the first weapon exporter in the world. For me it is a big contradiction. 

- What are the main current issues that Ethics in International Relations is dealing with?
New forms of slavery, immigration, bioethics, cloning or organ traffic, for example. Here the United Nations are both a useful and useless tool, to the extent that they are the only place where most of countries of the world can meet, debate and reach some agreements but, at the same time, the Security Council is not a model that produces a consensus. It seems like even if there is a strong effect in the diplomatic exchanges the UN does not have often as much impact as it could and should have.

- Which is the link between Ethics and Human Rights?
Both notions tend to be universal. They had to become collectively institutionalized but they start with an individual will and awereness. We should absolutely tend to these two notions, even if they are something pretty hard to define. It is about pacifying the relationships between people and provide them guidance. 

- What is for you the biggest danger for Human Rights in Europe?
The lack of communication between people, whether people from different countries or in the same country. And I think that television is also a big danger, because it makes people passive limited critics of the world and it is a time eater. It makes you form your opinion based on someone else's opinion without using your brain, and the worst is that many people do not know what to do when TV is off. 

- How can the European Union and the European citizens contribute to a fairer world?
All the youth exchanges that the European Union is promoting are really good to get to understand the relativity of people's needs, incentives and hopes. It is not a passive learning, but completely the opposite, and it has a multiplying domino effect. As I have had the chance to participate in this kind of programmes, I feel very lucky and my vision of the world got larger. We need curiosity, empathy and active listening in order to move on all together.

- During your research about Human Rights, did you find something surprising? And something that made you change your mind?
It happened to me that one day I believed in Human Rights and the other I did not. One day it made sense and the other I thought that nobody was talking about the same thing. The hardest part is to play with these antagonistic results of the research. I did not find anything that has radically changed my mind, but I have completely shaped my knowledge.

- And like not everything is about working, which book, film and music would you recommend us?
A book: The Master and Margarita, by Mikhail Bulgakov.
A film: The Dance of Reality, by Alejandro Jodorowsky.
A sound: the ones that Alan Lomax collected around North America.