Como não só de trabalho vive o voluntário europeu, a Agnese e eu (ainda não nos conheces? Aparece cá na Rota!) decidimos investir o nosso dinheiro de bolso numa das melhores formas de aprofundar o conhecimento de uma cultura: viajar! E para isso escolhemos um paraíso português em forma de ilha, preparámos os nossos sacos e apenas uma semana e hora e meia depois de termos comprado os bilhetes de avião, lá estávamos na Madeira.
O sol, o mar e uma natureza cheia de cores estavam à nossa espera numa calma envolvente que nos convidava à tranquilidade e ao relaxamento. Só se tratava de observar, e observamos. Observamos as montanhas a correr em direcção ao mar, as estradas a ascender para o céu e as nuvens a mexer-se devagarinho debaixo dos nossos pés. Mas também ouvimos. Ouvimos o silêncio, o mar a romper nas rochas e os pássaros a cantarolar como na Primavera. E não houve mesmo alerta amarelo que nos detivesse na nossa determinação de descobrir a ilha e subir, descer, caminhar, remar, nadar e até quase voar lá no alto.
Tudo para voltarmos a Lisboa com a sensação de ter percebido que a Madeira é com certeza mesmo um bocado de Portugal no meio do oceano. A população local, a sua amabilidade e afabilidade infinitas, os sorrisos, a vontade de falar, de ajudar a quem, como nós, não encontra o caminho certo - isso é Portugal. E ainda que os sotaques, as paisagens, a gastronomia e o tempo sejam tão diferentes aos nossos olhos (e aos nossos ouvidos, e também ao paladar), isso é também Portugal, porque é precisamente na diversidade que se acha a riqueza; e esta viagem contribuiu para apresentá-la. Assim, agora podemos dizer que conhecemos Portugal um bocadinho melhor e que gostamos deste país ainda um pouco mais do que há uma semana. Mas como também não só de descoberta vive o voluntário europeu, agora a Agnese e eu estamos já de volta à Rota, trabalhando sem deixar de matutar em qual será o nosso próximo destino...