Como é viajar o último, de 5 meses de viagem, pela primeira
vez no Brasil?
Uma compilação de referências, emoções e reflexões. O Brasil é
imenso, a vontade de o conhecer tem a mesma proporção, mas a disponibilidade é limitada.
Escolhi o Rio de Janeiro como cidade, Copacabana como bairro e a rua para referências
familiares.
O intercâmbio cultural entre Brasil e Portugal é poderosíssimo.
Enquanto, aos outros países cheguei com alguns estereótipos, ao Brasil cheguei
com uma quantidade infindável de referências. Naturalmente, a língua! Mas as
imagens, as personagens, os autores, as músicas, a comida, enfim…uma série de âncoras
já presentes no meu conhecimento e imaginário. Viver a realidade é transformar parte
do conhecimento, em sabedoria.
A boca cheirou o bolo de fubá, a tapioca, a mandioca, o jiló,
os salgadinhos, o quibe, os brigadeiros, o doce de leite, a goiaba, a bolacha
de caju… A mente saboreia a maravilhosa expressão cultural, o chorinho na
praça, os concertos na praia, o teatro no centro, os temas dos museus, as
exposições temporárias, as bibliotecas. A mente realiza a saudade da sua língua
original e absorve cada manifestação, cada expressão, cada liberdade de
ação…Encontrando sistematicamente qualidade, subjetividade e factualidade
histórica.
Os olhos vivem uma realização permanente quando veem o
Cristo Redentor, o calçadão, as praias, as festas juninas, as favelas… Mas os
olhos também olham, para os Cariocas na sua correria do dia-a-dia. Nas
histórias sofridas de um povo crente e carente. Crente na maneira de amar, de
trabalhar, de viver e de morrer. Ao mesmo tempo carente de alicerces, de
educação, de justiça social.
As circunstâncias factuais que acompanharam esta viagem foram
os pontos de partida para a minha boca, a minha mente e os meus olhos viverem a
matéria-prima do mundo. Muito tempo, pouco tempo? Muito dinheiro, pouco
dinheiro? No início, no meio ou no fim? Outra ordem de chegada, outra época do
ano? Tudo se ilustraria diferente…
No entanto viajar sozinha é, inevitavelmente, percorrer dois
mundos em simultâneo. Pela liberdade, capacidade e profundidade de reflexões.
Pela liberdade, capacidade e subjetividade de relações. Pela liberdade,
capacidade e perplexidade de projeções. E enquanto o mundo exterior é
suscetível às escolhas, o mundo interior tem um caminho próprio e independente
de tudo isso.
Como é viajar o último, de 5 meses de viagem, pela primeira
vez no Brasil?
É viver a delícia de uma chegada com sabor a partida. É
estabelecer uma quantidade enorme de paralelos emocionais com um todo, é
materializar uma história em contagem decrescente, mas é ainda viver a história
de dentro da vida. É dar um sentido ainda maior ao aqui e agora, equilibrando o
privilégio do presente e o desejo do futuro!
E assim termina uma viagem intensa de 5 meses. A Joana está de volta a Portugal, mas as suas memórias desta viagem continuarão espalhadas pelos 4 cantos do mundo, sempre disponíveis no Blog da Rota Jovem. Se viveste ou estás a viver uma experiência semelhante, partilha-a connosco!
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@ arrotante do momento!:
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Há 27 anos que quando
chamam por Joana, eu respondo. Acredito que pouca coisa acontece por
acaso e gosto de escolher o caminho que piso. Entre os deportos de
aventura, o desenvolvimento comportamental, o turismo e a psicologia
tenho passado boas experiências e aprendizagens.. Acompanha a restante viagem em Ladybug in Latin America |