sexta-feira, fevereiro 20, 2015

Carimbo Internacional na França: O primeiro mês de SVE da Inês


A Inês acaba de embarcar numa das grandes aventuras da vida dela. A iniciativa do Serviço Voluntário Europeu (integrada no Programa Erasmus+ e financiado pela Comissão Europeia) deu-lhe a oportunidade de fazer as malas e partir para a França onde, durante os próximos meses, irá arregaçar as mangas e contribuir para o desenvolvimento da comunidade de Reims. Descobre como foi o seu primeiro mês aqui:

"Olá, 

Eu sou a Inês e estou neste momento a fazer um SVE em França, enviada pela Rota Jovem.
No passado dia 7 fez um mês que cheguei a Reims e até ao momento a experiência tem sido muito positiva. Cheguei no dia do atentado a Charlie Hebdo, claramente os primeiros dias foram de alguma tensão, 24h sobre 24h atentos às notícias, mas passados poucos dias pude ir explorando a região e tirando primeiras impressões. A cidade de Reims, muito destruída pela I Grande Guerra, é pequena mas bonita, com a sua conhecida catedral de estilo gótico e vários edifícios em estilo Art Nouveau. As pessoas por aqui são em geral muito simpáticas, embora reservadas. 


Passada 1 ½ semana da minha chegada participei numa sessão de recepção SVE em Sommières, no sul do país, com outros voluntários recém-chegados a França.

Foi uma semana fantástica, pude esclarecer melhor sobre o SVE, em continuação da sessão que tive com a Ana na Rota. Foi uma oportunidade também para conhecer os projectos de outros voluntários SVE, e sobretudo fazer bons amigos, partilhar ideias e objectivos, assim como receber dicas práticas úteis para a minha estadia. Os formadores (Nunzio, Audrey, e Estelle) foram peças-chave não apenas na nossa orientação mas sobretudo na integração e união final do grupo, tendo também eles sido parte desse grupo.

O pessoal do CRIJ Champagne-Ardennes, que coordena o meu SVE, tem sido impecável na minha integração em Reims. Sobretudo nas primeiras semanas foi essencial para me sentir “em casa”. Na MAS Marc Toussaint, onde faço o meu SVE, um centro especializado para adultos com deficiência motora, em muitos casos também cognitiva, a minha integração tem corrido bem, e sido surpreendentemente rápida. Ambos residentes como empregados foram desde o primeiro dia muito calorosos, disponíveis para me mostrar como tudo funciona, assim como ensinar-me sobre a cultura francesa, e interessados em saber mais sobre Portugal, a nossa língua e cultura. 

A equipa de animação, da qual faço parte, é muito dinâmica, todas as semanas surgem novas actividades para os residentes (ex. Bowling e jantar no McDonalds), e há espaço para também nós propormos saídas/actividades. 

Tendo em conta estas primeiras semanas, sinto-me bem acolhida, quase como em casa. Ainda que este percurso SVE possa vir a ter os seus altos e baixos sinto-me motivada e, pelo que vi até agora, tenho a certeza de que passarei aqui 7 bons meses.
Et voilà, à bientôt, ou até breve !
Inês"  

quarta-feira, fevereiro 18, 2015

Carimbo Internacional: Martina

Nome: Martina Silingardi
Idade: 23 anos
Proveniência: Itália

My name is Martina and I am a twenty-three years old girl. 

My home is in Italy, but for two weeks now i'm living in Portugal, more precisely in Parede. And what does an italian girl used  to foggy weather and the Po valley, in a village on the Atlantic ocean??


Few months ago I stumbled upon a project sponsored by my municipality, the project called Leonardo Da Vinci TILE offered its participants an experience abroad for a period of three months with the possibility to learn the local language and be entered in a reality 'of the working place. Interested by the idea, recently graduated in science of education and without a stable occupation I decided to throw myself, I enrolled in the announcement and after four months here I am!!


When they told me that I would go to Portugal I have to admit, I was puzzled, because I did not have much information about it, especially about its language. But then looking on internet, reading guides and articles, talking to people who already stayed here, I started to get an idea of what was waiting for me and the day of departure I was really looking forward to arriving. 

After an initial period of adaptation, the first gaffe with the portuguese and the first washing machines,I started exploring this "new home": turning to Lisbon and Cascais is surprising how many similarities this country has with Italy and at the same time how many things has to offer to those who like me are in search of news and want to enjoy a different culture with different colors, flavors and people. 

Also finished the language course, now is the time of the internship, which partly takes place here in Rota Jovem and partly in another project called Orienta.te. 
And another good thing about this project is that it gives me the opportunity both to get in touch with a socio-educational contest,stayed connected to my previous course of study and continue to enrich it with new skills, both to broaden my training and professional horizon also working in a contest more linked to communication and more inherent with the mission of the Leonardo Project.


So even if I occasionally miss Modena, my friends or tortellini's grandma I'm really happy to be here and to have decided to take this experience, hoping to bring home many memories, faces, new knowledge to add to my luggage, but also a new part of me!


segunda-feira, fevereiro 09, 2015

Cuéntame un cuento...

O blogue da Rota Jovem estava mesmo a precisar de um bocadinho de literatura, e cá temos literatura. Literatura pensada e escrita por jovens para ser lida e disfrutada por jovens e não tão jovens. Literatura que, como sempre a literatura faz, nos transporta a outros universos e nos faz sonhar e abrir os nossos horizontes... 

Rondaba por una de las mesas del parque un bocadillo medio empezado. Llevaba interminables segundos ahí, esperando a convertirse en migas, casi puré, y sobre todo a abandonar ese maldito papel de aluminio que desde que se conocieron ese día en la cocina nunca se abandonaron. Pobre bocadillo, a medio desintegrarse y abandonado. Bueno, también habrá abandonado a un pobre consumidor de bocadillos con la barriga medio saciada. Seguro que andará por la vida arrepintiéndose de no habérselo comido, seguro que la saciedad le comerá lo que al bocadillo no le ha comido y sufrirá. Y lloverá como llueven los días en los que los ojos están cansados de mirar. Y no habrá viento porque ni él quiere pegarle y habrá hasta oxígeno porque sus propios órganos le odian demasiado como para dejarle morir, para que se recomponga en una piedra o cualquier gato sin respeto, los huesos se pondrán frágiles en manifestación legítima y transcendental contra el hombre sin corazón y la cabeza empezará a bailarle la macarena cuando quiera irse al parque o hacerse de comer, como lo bailan las cuarentonas borrachas al final de la noche y ya no habrá finales felices para él, no. Ya no habrá ni finales para ese idiota de tercera división que por deshonor ha dejado en la mesa, terreno de agonía y olvido, dos tristes y simples rodajas de pan, una maldita loncha de jamón y por si fuese poco una fina loncha de queso brie y mayonesa, aunque sea de un mal gusto debatible. El sándwich y todos sus elementos estaban sedientos de vivir el ciclo del alimento comido, digerido y luego expulsado hacia nuevos horizontes donde quizás un día sería él uno de los que come bocadillos. Y es que ni es cuestión del mal gusto de su existencia, no, eso a un bocadillo poco le da pues no se llama así por ser asa, no, es más esa percha, esa esperanza, esa llama vivaz como el mayor de los incendios aunque imaginaria, pero aún así viva, que implica el fulgor por la existencia a niveles que pocos humanos han podido experimentar. Sobre todo cuando es cuestión de que al fin el móvil se recargue para decirle a Menganito que esta noche "será la noche de sus vidas" o cuando Fulanita vuelve con una sonrisa pintada en la boca porque se ha comprado la nevera "que siempre quiso tener" y más aún cuando Juan, sí Juan, va a hablarle a Carla, sí Carla, por primera vez. Tras dos años cinco meses tres días cuatro horas cinco minutos dos segundos y dos paquetes de cigarrillos desde el minuto, no, el jodido día en el que la vio por primera vez entrar en su clase y preguntar si podía pedir prestada un poco de tiza para Doña Moreno. Y que desde entonces "todas las mujeres son meros objetos de comparación con Carla" y "todas las pajas y todas las magdalenas, porros, copas, sol, playa, noche, estrellas, luna, campo, animal, amor de tus padres, admiración de tus amigos, poemas, ilíadas y odiseas, nada, estrictamente nada superará el día en el que oirá su nombre salir de la boca de Carla". Sí, así es de transcendental, imperativo y casi y por qué no decir universal que este bocadillo avance en la vida, y solo la punta, el dedo de quizás poder progresar en ese coche medio roto llamado vida, era razón para levantar los ánimos de cuarenta vías lácteas y media. Pero hoy no era el día, al menos, no era el segundo. Gran y enormísima tragedia alimenticia la que presencian nuestras almas saciadas de tantos bocadillos... Grande y enormísima, sí, hasta que pasó un perro y se lo comió. Y el bocadillo estuvo en paz, pegado al papel de aluminio, sí, pero en paz.

O autor deste conto é Fran Bermo, e podes continuar a ler os seus textos no seu blogue, La ventana abierta.

@ arrotante do momento!:
ELENA Dizem os que a conhecem que a Elena é obcecada e inquieta, mas também entusiasta e perfeccionista. Ela, que também se conhece um bocadinho, diz que é, sobretudo, curiosa. É por isso que gosta de espreitar, de escrever, de experimentar. É por isso que adora cinema, leitura, viagens. E, se calhar, é também por isso que é voluntária, porque há poucas maneiras melhores para descobrir e pôr-se a prova do que isso.