segunda-feira, abril 13, 2015

Da Guatemala para a Costa Rica: o que representa um segundo mês de viagem?


A aventurar-se pela Costa Rica,  a Joana deixou há dias uma fantástica paisagem e vivências a repetir - ou a relembrar e saborear na mente de uma viajante na Guatemala. O que é que compõe o segundo mês de viagens?

"O que é o segundo de 5 meses de viagem, na Guatemala? Viajar 1 mês é bom. Viajar 2 meses é indescritivelmente bom. Porquê? Porque a minha rotina passou a ter uma expressão muito particular - chegar, adaptar e mudar! Quando chegar é um entusiasmo, adaptar é sentir em casa e mudar é trocar o entusiasmo de sítio. 
Há duas questões que desenham uma viagem: o tempo e o dinheiro. Eu? Cheguei à conclusão que tenho muito tempo para contar trocos. A vontade de conhecer tudo é incontrolável, mas o anseio distrai-se com coisas simples. Tenho imenso tempo para descobrir algo novo todos os dias. E dinheiro mais que suficiente para apreciar-lo.
Ao contrário do México cheguei à Guatemala cheia de planos. Quis fazer um percurso de 6 dias até ao ponto mais alto da América Central, e trabalhar num hostel no meio da selva durante um mês. Mentira. Não fiz nada disso… Porquê? Porque já me tinha esquecido que “O bom viajante não faz planos, nem tem pressa de chegar!” mas felizmente, a minha intuição não.


 Assim, sem intenção mas com intuição, cheguei ao Lago Atitlan onde vi comunidades Mayas, a Antigua Guatemala onde conheci os alicerces da História, a Rio Dulce onde mergulhei na natureza, e a Livingstone onde conheci o caribe africano. Uma troca justa e ajustada!
A Guatemala é passado primitivo, é presente colonizado, é futuro com identidade. Há mais homogeneidade que disparidade. A população indígena é quase maioria e vive, convive, e sobrevive nos diferentes contextos geográficos. Também eles se adaptam, seguindo o caminho da intuição? Discriminação? Globalização?
A boca cheirou inevitavelmente a frango, deliciosamente a pão de banana, admiravelmente a camarão e espantosamente a coentros. A Guatemala não pica na língua, mas esta derrete melancia, manga e ananás como nunca antes. Desmancha banana frita pela primeira vez. E tipicamente ou talvez não… agradece um copo de vinho tinto, chileno!
 



A mente saboreia o que é cultura social. O que é isto de encontrar indígenas? Eles não vivem na selva, mas a selva vive neles. O estilo de vida de quem conhece as plantas e cura. O estilo de vida de quem tem um martelo e sustenta a família. O estilo de vida de quem se integra numa cidade, manifestando-se culturalmente. Quantas justiças e injustiças cabem nestes estilos de vida, não sei ao certo. Mas que me ensinam que a vida tem muitos estilos, isso ensinam!
Os olhos encantam-se com a riqueza natural. O que é isto da selva? Descontraidamente falando a selva é uma floresta maior, com árvores maiores, com menos espaço entre elas e com muitos bicharocos! É vida, é movimento, é som! Estar lá? É ter respeito. É ter cuidado. É sentir-se maravilhada, privilegiada e grata a cada passo, a cada paisagem!
O que é o segundo de 5 meses de viagem, na Guatemala? É realizar as decisões que tomo, as expectativas que não tenho, os objetivos do presente. Os cenários, os estímulos, as hipóteses são infinitas… O sentido da experiência é único. Dois meses indescritivelmente bons, de património pessoal…"


PARAGEM ANTERIOR - México

@ arrotante do momento!:
JOANA Há 27 anos que quando chamam por Joana, eu respondo. Acredito que pouca coisa acontece por acaso e gosto de escolher o caminho que piso. Entre os deportos de aventura, o desenvolvimento comportamental, o turismo e a psicologia tenho passado boas experiências e aprendizagens.. Acompanha a restante viagem em Ladybug in Latin America

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