Que qualquer experiência de mobilidade internacional muda a nossa vida, nós já sabemos. O que nem sempre sabemos é o impacto abismal que elas têm e que transforma não só o envolvente mas a forma como nos posicionamos e vemos o mundo. A Sara tinha muitas saudades do seu Serviço Voluntário Europeu, mas nem sabia quantas ao certo. Até se deparar com pessoas na mesma situação no Chipre. No mês passado voou com a Maggie à descoberta para a redefinição de aprendizagens com o curso internacional "Vol.U.ME". Lê sobre a sua experiência aqui:
"Foi há seis anos. Estava frio, era de madrugada e a mala
pesava. Mas o coração estava leve e a vontade de ultrapassar barreiras e
conquistar o mundo era forte. Embarquei em Dezembro para os melhores sete meses
da minha vida. Voltei no final de Junho. Estava calor, era de tarde e a mala
pesava. E o coração estava cheio.
Em Fevereiro deste ano recebi um e-mail da Rota Jovem, a
perguntar aos seus ex-voluntários se queriam ir ao Chipre contar o seu SVE.
Sim, claro que sim! E fui.
Na mala levava as minhas histórias. Mas não estava preparada
para o que aconteceu. Não éramos muitos. Uns trinta. Duas portuguesas. Todos
pertencentes a organizações como a Rota em diferentes vertentes (mentores,
membros da associação e ex-voluntários). O primeiro dia foi para fixarmos
nomes. O segundo e os restantes para falarmos das questões de organização e
toda a parte burocrática sobre voluntariado. Mas houve mais do que isso. Houve
convívio. E houve mais. Houve troca. E foi essa troca que me deixou sem chão.
Parecia tão fácil falar sobre voluntariado, sobre o meu e a
minha experiência.Então como se explica o nó na garganta sempre que tive de falar sobre o que fazia? Como se explica que não tenha sido capaz de me caracterizar em frente aos meus colegas?
Aos poucos percebi que era a saudade que não me deixava falar tudo, e fui vencendo isso. No Chipre ajudaram-me a perceber que a nossa percepção do mundo é alterada quando vivemos um SVE. Às vezes de maneira violenta, e às vezes de maneira dramática. Mas que existem ferramentas para fazermos do SVE uma experiência única. Sei que pedir que todos os voluntários voltem como eu é difícil, mas que está ao alcance de todos, e de cada um, que isso aconteça.
É comum dizer que “não devemos voltar aos sítios onde fomos
felizes”. Não voltei à Eslováquia. Mas voltei de coração cheio do Chipre. E
vamos lá voltar."
O que é que Portugal, o Chipre e a Eslováquia têm em comum? A Sara Covas :)
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