segunda-feira, setembro 19, 2016

2 meses na natureza para tornar-nos mais humanos


De Portugal à Turquia: uma grande distância que separava o nosso conforto, culturas e povos. Estavamos prestes a embarcar numa grande aventura, e mal sabiamos nós o impacto que teria. 

Sendo o nosso primeiro SVE, e ainda para mais num lugar tão desconhecido  para nós, havia sem dúvida um cocktail de emoções: era o nervosismo misturado com a ansieadade, as preocupações com o entusiasmo. Mas não demorou muito  para nos apercebermos a sorte que tivémos.
Evidente que nos primeiros dias foi um pouco intenso: as diferenças culturais, de repente viver numa casa com ‘estranhos’ que não partilham os mesmos costumes... no entanto rapidamente o espírito do SVE  criou um ambiente mais caloroso, abrindo também as portas para tudo e mais um pouco que tornasse  a nossa experiência a melhor possível.
E claro, não podemos deixar de enfatizar o aspecto principal e o propósito do projeto: as tartarugas marinhas. Sendo impossível esquecer a primeira vez em que vimos de perto uma mãe tartaruga, ao sair da água na sua grandiosidade e a pôr os ovos. Onde observamos todo o seu cuidado maternal , a ciência da construção de um ninho, a sua respiração pesada de um trabalho complexo. Por mais que o momento se repetia, nunca perdiamos a felicidade e emoção  de ver tais criaturas incríveis.  E em seguida não deixamos de mencionar, com todo o carinho e emoção as tartarugas bebés. É ainda mais impossível esquecer tal experiência: de ver pela primeira vez os filhotes a nascerem, a sairem do ninho, elétricos, rumo à água. Uma emoção quase maternal, pois era para estes momentos que trabalhávamos. Muito recompensador. Estava aí a nossa motivação, a nossa energia e as nossas memórias; estavam aí as grandes provas de que a nossa experiência foi sem dúvida inesquecível.
Tal contacto com a natureza moldou melhor a nossa perspectiva, sobre muitos aspectos da vida, e não só do trabalho voluntário em si.
Tornou-nos mais humanos. 


Mas há sem dúvida as dificuldades e os desafios menos agradáveis, tal como: aprender a lidar e a ter tolerância com outras realidades que não partilham o mesmo ponto de vista que o nosso, e também aprender a viver numa comunidade. Nem tudo foram risadas e abraços, mas só enriquece mais a experiência, dando a oportunidade em nos conhecer melhor a nós mesmos.

Logo, podemos dizer com toda a nossa certeza o quão incrível e valiosa esta experiência de SVE foi. Pôs-nos à prova, testou-nos, mas a cima de tudo retribui-nos: com aprendizagens, novos conhecimentos e memórias que serão guardadas com muito carinho. Deu-nos a oportunidade de conhecer uma organização com um projeto incrível e inspirador, pessoas marcantes, uma cultura diferente, uma oportunidade de conhecer um país lindo e de nos sentirmos úteis num propósito maior.

O SVE não é só uma oportunidade de voluntariado, é uma experência de vida da qual podémos usufruir e que podemos dizer que nos sentimos mudadas e mais enrrequecidas. Estes dois meses foram o tempo suficiente para aprender, experienciar, conhecer e voltar mais preparadas para este nosso mundo.

Laura Zanchi & Íris Samissone