terça-feira, dezembro 15, 2015

World Wide Village - uma experiência SVE no Chipre



A Soraya, a Ana e a Cristiana estiveram durante um mês no Chipre a realizarem um SVE de curta duração. Foi sem dúvida uma experiência incrível para elas, que para além de ficarem a conhecer um novo país e cultura, aprenderam bastante e puderam contribuir para a pequena localidade onde estiveram. A Soraya deixa-nos o seu testemunho: 


"Chipre e os seus encantos.

Servem estas modestas linhas para narrar a forma como uma pequena ilha e as suas grandes pessoas envolveram os meus dias durante um mês.

O projecto World Wide Village já não era novidade. Desta vez foi a aldeia de Agia Varvara (perto de Nicósia) que recebeu 12 voluntários, enviados de 4 países distintos (Eslovénia, Espanha, Itália e Portugal) com a missão de criar um mapa que assinalasse os locais de importância histórica, arqueológica e cultural que tornavam a aldeia riquíssima, mas muitas vezes passavam despercebidos aos olhos mais distraídos ou já acostumados por de mais (experiência essencial para nos recordar que às vezes os locais mais belos do nosso quotidiano nos passam ao lado exatamente por se tornarem rotina).

Com o mapa é também necessária a de criação de placas informativas - que assinalem os locais - e setas que ao longo das estradas encaminhem os mais curiosos. Com a necessidade de narrar um pouco mais da história de cada um destes locais criou-se também um handbook, onde hoje é possível encontrar toda a informação reunida após o trabalho de pesquisa dos voluntaries em conjunto com a comunidade.

Em termos práticos é fácil narrar a nossa experiência de voluntariado com estas linhas, mas a verdade é que ela envolveu tanto mais.

Desde logo a criação das placas e das setas indicadoras fizeram com que tivéssemos que recolher paletes pela aldeia e aprender a trabalha-las de raiz: tirar-lhes os pregos, corta-las, lixa-las e passa-las à fase do “embelezamento” em que eram pintadas e envernizadas para por fim poderem ser colocadas nos seus respetivos locais.

Como na maior parte dos SVE, este também nos deu espaço suficiente para através da iniciativa do grupo se criarem outras atividades, das quais tenho o gosto de destacar a festa de Halloween, que reuniu miúdos e graúdos e para além de panquecas, sangria e atividades como o facepaiting para os mais novos foi recheada de sorrisos.

Sorrisos que não eram de estranhar. Devo confessar que Agia Varvara nos faz pessoas “muito mal habituadas”. Não houve um dia que nos faltassem vegetais ou azeite na mesa. A bondade das pessoas que preenchiam o nosso dia-a-dia era alucinante. E não era restrita ao espaço desta aldeia.

O povo Cipriota possui uma harmonia indescritível. Onde quer que me dirigisse, sentia-me em casa.

Um mês passado e de volta a Portugal, há muita coisa que vale a pena ficar registada. Tanta que é difícil escolher.

Ficam as memórias das novas técnicas aprendidas, da recolha de frutas e azeitonas, das receitas e cozinhados tradicionais e das vivências tão intensas que já se têm refletido no meu dia-a-dia.

A verdade é que todos os dias devemos dar valor às experiências e às pessoas que nos rodeiam, mas este SVE, principalmente por ter sido de curta duração, foi vivido com uma intensidade indescritível. Não só a nível das “experiências exteriores”, mas também como capacitador para me fazer interpretar muitas coisas a nível da minha pequena “caixa pensante”, ou do geralmente apelidado, crescimento pessoal.

A hora da despedida é sempre agridoce, mas não há nada melhor que após o regresso sorrir a todas as memórias que ficam e nos marcam a pele.

A todos aqueles que contribuíram para que esta experiência fosse possível e a todos aqueles que me regaram os dias, tanto queria dizer, mas para as grandes emoções, faltam sempre as palavras. Fiquemo-nos por um enorme obrigada."


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