A Soraya, a Ana e a Cristiana estiveram durante um mês no Chipre a realizarem um SVE de curta duração. Foi sem dúvida uma experiência incrível para elas, que para além de ficarem a conhecer um novo país e cultura, aprenderam bastante e puderam contribuir para a pequena localidade onde estiveram. A Soraya deixa-nos o seu testemunho:
"Chipre
e os seus encantos.
Servem
estas modestas linhas para narrar a forma como uma pequena ilha e as suas
grandes pessoas envolveram os meus dias durante um mês.
O
projecto World Wide Village já não era novidade. Desta vez foi a aldeia de Agia
Varvara (perto de Nicósia) que recebeu 12 voluntários, enviados de 4 países
distintos (Eslovénia, Espanha, Itália e Portugal) com a missão de criar um mapa
que assinalasse os locais de importância histórica, arqueológica e cultural que
tornavam a aldeia riquíssima, mas muitas vezes passavam despercebidos aos olhos
mais distraídos ou já acostumados por de mais (experiência essencial para nos
recordar que às vezes os locais mais belos do nosso quotidiano nos passam ao
lado exatamente por se tornarem rotina).
Com
o mapa é também necessária a de criação de placas informativas - que assinalem
os locais - e setas que ao longo das estradas encaminhem os mais curiosos. Com
a necessidade de narrar um pouco mais da história de cada um destes locais
criou-se também um handbook, onde
hoje é possível encontrar toda a informação reunida após o trabalho de pesquisa
dos voluntaries em conjunto com a comunidade.
Em
termos práticos é fácil narrar a nossa experiência de voluntariado com estas
linhas, mas a verdade é que ela envolveu tanto mais.
Desde
logo a criação das placas e das setas indicadoras fizeram com que tivéssemos
que recolher paletes pela aldeia e aprender a trabalha-las de raiz: tirar-lhes
os pregos, corta-las, lixa-las e passa-las à fase do “embelezamento” em que
eram pintadas e envernizadas para por fim poderem ser colocadas nos seus
respetivos locais.
Como
na maior parte dos SVE, este também nos deu espaço suficiente para através da
iniciativa do grupo se criarem outras atividades, das quais tenho o gosto de
destacar a festa de Halloween, que reuniu miúdos e graúdos e para além de
panquecas, sangria e atividades como o facepaiting
para os mais novos foi recheada de sorrisos.
Sorrisos
que não eram de estranhar. Devo confessar que Agia Varvara nos faz pessoas “muito
mal habituadas”. Não houve um dia que nos faltassem vegetais ou azeite na mesa.
A bondade das pessoas que preenchiam o nosso dia-a-dia era alucinante. E não
era restrita ao espaço desta aldeia.
O
povo Cipriota possui uma harmonia indescritível. Onde quer que me dirigisse,
sentia-me em casa.
Um
mês passado e de volta a Portugal, há muita coisa que vale a pena ficar
registada. Tanta que é difícil escolher.
Ficam
as memórias das novas técnicas aprendidas, da recolha de frutas e azeitonas,
das receitas e cozinhados tradicionais e das vivências tão intensas que já se
têm refletido no meu dia-a-dia.
A
verdade é que todos os dias devemos dar valor às experiências e às pessoas que
nos rodeiam, mas este SVE, principalmente por ter sido de curta duração, foi
vivido com uma intensidade indescritível. Não só a nível das “experiências
exteriores”, mas também como capacitador para me fazer interpretar muitas
coisas a nível da minha pequena “caixa pensante”, ou do geralmente apelidado,
crescimento pessoal.
A
hora da despedida é sempre agridoce, mas não há nada melhor que após o regresso
sorrir a todas as memórias que ficam e nos marcam a pele.
A
todos aqueles que contribuíram para que esta experiência fosse possível e a
todos aqueles que me regaram os dias, tanto queria dizer, mas para as grandes
emoções, faltam sempre as palavras. Fiquemo-nos por um enorme obrigada."
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