Lembro-me do momento de chegar a casa, sim,
porque essa é a primeira palavra que aparece na minha cabeça: casa.

Para ser honesta imaginava estar todos
os dias sentada num auditorio, com alguém a dar uma conferência num inglês
perfeito, a toda velocidade, e eu a estresar para seguir o ritmo, sem muita
motivação.
Felizmente, a formação à chegada foi todo o
contrario. Desfrutei de cada dia enquanto aprendia coisas novas, enquanto
aprendia a confiar naquelas pessoas que me resultavam estranhas, a não ser
tão
fechada e a permitir-me ver esses corações tão bonitos. Aprender e descobrir que
mesmo se somos de lugares completamente afastados somos tão parecidos como
diferentes ao mesmo tempo. Estamos unidos pelos mesmos bons sentimentos e pelos
desejos de termos um mundo melhor, de percorrer outros lugares e de continuar à
procura de novas experiências, de dar o nosso melhor e de receber um bocado de
felicidade nas suas distintas formas: uma simples palavra, um sorriso, uma
lição ou uma linda amizade. Cada pessoa está à espera de encontrar-se à vontade
e percebemos que a felicidade não chega apenas no que já conhecemos, mas no que
ainda conseguimos descobrir. Não partilhamos apenas as coisas boas, mas também
os medos e as preocupações, ajudando-nos mutuamente.
Aprendi que não existe impedimento nenhum para
irmos à procura de coisas novas, que é bom termos medos porque eles nos fazem
sentir mais orgulhosos quando conseguimos vence-los, que eles nos fazem sempre
encontrar uma mão amiga e nos empurram a querer ser melhores.


Agora tenho um coração maior (e internacional),
uma visão mais clara, uma mente mais forte e sábia, só com o pouco que já vivi.
Ainda tenho mais para descobrir, tudo está em atrever-se e começar com um
“porquê não?”.
Pierina Vargas, Voluntária SVE do Perú na Rota Jovem
Erasmus + - Global Recognition project