sexta-feira, junho 08, 2012

Murcia em Maio foi... José Belo


...foi um passo à frente neste momento, muito especifíco, do meu estágio de vida (como lhe chamo... tenho a vaidade de confiar com muita força no  existir).
Este espaço e tempo de Murcia em Maio serviram-me (‘ajudar os outros, ajuda-nos! ’) como forma de construir uma etapa importante e perceber que há um grupo em cadeira de rodas que está escondido/é invisível; ainda não encontrei uma palavra que se adeque a este estado: deficiente (encontrei gente esmagadoramente ‘eficiente’ em cadeira de rodas), incapaz (sejam tão capazes de aproveitar e priveligiar o estar vivo passando o dia sem poder levantar o rabo da cadeira como certas pessoas que conheço) e outros... ‘Uma em cada dez pessoas são deficientes’ (OMS, 2002)
Murcia tem preocupações de futuro, vi mais gente com problemas de mobilidade (em cadeira de rodas) que, normalmente, nos espaços por onde ando e tenho andado por meios muito especifícos. Murcia é exemplar.
Nasceu este SVE em Murcia de uma procura de um projeto que lidasse com a situação em que me encontro (sofri um TCE (Traumatismo Craneo Encefálico), não ando, sem apoio de cadeira de rodas e não falo (ou digo vogais com um tom encantador).
‘Irreverência‘ foi o que a Rota Jovem me ensinou desde que fiz um projeto Leonardo da Vinci em Berlim em 2006. E ‘irreverente’ foi este projeto.
Depois, havia uma necessidade que parecia desde o início jogar contra isto e que pode parecer banal, mas não é: a necessidade que existe numa relação terapêutica de soltar amarras, a pessoa/a corda que nos dá segurança quer que nos soltemos dela mesmo.
Um pouco como os pais e professores fazem com filhos e alunos, preparam-nos para voar. Foi um projeto-pioneiro, irreverente. Encontrámos Murcia faltava compreender que género de projeto iriam ter para mim. Era necessário alguém que me quisesse apoiar. Tentámos o mais óbvio, alguém que fosse aluno de enfermagem ou fisioterapia estivesse submetido a um estágio curricular, o SVE (Serviço Voluntário Europeu) cobria as despesas e daria apoio ao Ayuntaimento na Sección de La Juventud de Murcia e ainda a um centro – o ASPAYM, Murcia: http://www.aspaymmurcia.org/ –  uma Associação de Paraplégicos e Grandes Incapazes Fisicos da Câmara Municipal de Murcia. Não resultaram as várias abordagens. Encontrámos um achado, o Eduardo Sobreiro!, Alguém que desde o inicío me fez ver o raio de luz que entra pela janela ao longe e fugir de mim e do acidente.
 ‘Pelo sonho é que vamos’ (Sebastião da Gama) parece sobressair deste ‘Maio em Murcia!



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