Nas quartas à tarde, quem chega à Escola Secundária Marquês de Pombal do Bairro da Ajuda com as pastas debaixo do braço não são apenas as meninas do ensino regular ou os rapazes que estão a tirar cursos profissionais. São também os velhotes e as velhotas que frequentam as aulas e as atividades organizadas no seio da Universidade Sénior. Todos eles, adolescentes e idosos, partilham espaços e têm em comum a energia própria de quem se sente jovem e a vontade de serem estimulados na aquisição de novos conhecimentos. No caso da Universidade Sénior, não poderia ser de outra maneira num programa baseado e sustentado no
trabalho de voluntários que acreditam numa forma diferente de fazer as
coisas. Cristina Viçoso, professora de português nesta escola e uma dessas pessoas voluntárias a trabalhar no projecto, foi a impulsora da integração há já sete anos da Universidade Sénior nas instalações escolares. "Eu acredito numa escola pública aberta à comunidade", afirma, "e em ações como esta há benefícios para os velhotes, para os jovens e para a escola". A relação intergeracional é o principal destes benefícios, na medida em que "os jovens devem aprender a lidar com os velhos e os velhos devem assumir uma actitude positiva para tirar o máximo partido dos jovens". O contacto entre eles no âmbito da escola, onde participam do objectivo comum da aprendizagem, é importante para tentar deitar fora os preconceitos e encontrar os pontos que os conectam.
Porém, para favorecer a ligação e o entendimento intergeracional é fulcral o trabalho facilitador de voluntários como a Pilar, que embora desenvolva as suas tarefas principalmente com os estudantes do curso profissional de Assistência e Apoio à Família e à Comunidade, colabora também com a Universidade Sénior oferecendo palestras sobre assuntos que propiciam o debate e o intercâmbio de ideias. Na última, sobre vegetarianismo, as raparigas do curso profissional participaram também de forma ativa com a preparação de petiscos (vegetarianos, claro) que serviram aos idosos como forma de introdução à conferência. Esta iniciativa conseguiu reunir numa mesma sala de aula quatro gerações diferentes, entre participantes da Universidade Sénior, estudantes e voluntárias. Para Cristina, o trabalho da Pilar "é fundamental, porque consegue mesmo chegar às miúdas, e o seu projecto tem contribuído imenso para a educação e a formação delas", mostrando-lhes o que há para além da escola e dos livros. E esta é uma opinião que Mariana, uma dessas miúdas, partilha. "Estou a aprender com ela, é importante que esteja aqui porque nos ensina a fazer muitas coisas, como o blogue no qual escrevemos todas as semanas". A Pilar, pela sua parte, acha muito enriquecedora a sua participação nesta iniciativa intergeracional que o seu Serviço Voluntário Europeu na Associação Literatura, Literacia e Mediação (ALEM) lhe oferece, e considera o projecto "uma ferramenta primordial para um envelhecimento ativo sustentado na participação social" que ela própria gostaria ter opção de utilizar no futuro.
Porém, para favorecer a ligação e o entendimento intergeracional é fulcral o trabalho facilitador de voluntários como a Pilar, que embora desenvolva as suas tarefas principalmente com os estudantes do curso profissional de Assistência e Apoio à Família e à Comunidade, colabora também com a Universidade Sénior oferecendo palestras sobre assuntos que propiciam o debate e o intercâmbio de ideias. Na última, sobre vegetarianismo, as raparigas do curso profissional participaram também de forma ativa com a preparação de petiscos (vegetarianos, claro) que serviram aos idosos como forma de introdução à conferência. Esta iniciativa conseguiu reunir numa mesma sala de aula quatro gerações diferentes, entre participantes da Universidade Sénior, estudantes e voluntárias. Para Cristina, o trabalho da Pilar "é fundamental, porque consegue mesmo chegar às miúdas, e o seu projecto tem contribuído imenso para a educação e a formação delas", mostrando-lhes o que há para além da escola e dos livros. E esta é uma opinião que Mariana, uma dessas miúdas, partilha. "Estou a aprender com ela, é importante que esteja aqui porque nos ensina a fazer muitas coisas, como o blogue no qual escrevemos todas as semanas". A Pilar, pela sua parte, acha muito enriquecedora a sua participação nesta iniciativa intergeracional que o seu Serviço Voluntário Europeu na Associação Literatura, Literacia e Mediação (ALEM) lhe oferece, e considera o projecto "uma ferramenta primordial para um envelhecimento ativo sustentado na participação social" que ela própria gostaria ter opção de utilizar no futuro.
Mariana e Aníbal Alves, de 73 e 74 anos, já estão a usufruir dessa opção. Ela desde há seis anos e ele há apenas dois, "mas só porque trabalhei até mais tarde". Decidiram vir porque "estávamos aposentados, e achamos bom para a convivência e para adquirir mais conhecimento". E lembram que na altura em que eles tinham a idade dos jovens com os que agora partilham espaço era impensável que os idosos tivessem esta oportunidade de participação social. "A nossa infância era diferente, sobretudo economicamente, e não havia possibilidade dos mais velhos poderem participar, o convívio era mais familiar do que social". Além disso, gostam de partilhar espaço com os estudantes mais novos e consideram que com a sua presença no projecto estão também a ajudar os voluntários, num processo de intercâmbio onde todos ganham, "eles experiência e nós passeios, visitas, discussões". E Mariana, agora a menina Mariana, quer também ser no futuro, como agora o é a sua xará, uma "velhota muito fixe", porque "se os idosos querem aprender e podem, eu acho bem. Eles estão cá para aprenderem o que os novos aprendem, apenas a idade é que muda".
É assim que os 57 anos que separam as duas Marianas não parecem ser tantos. Elas têm graças à Universidade Sénior algo que as une, que as aproxima apesar da idade mas também por causa dela. Algo que, mesmo ainda que elas não se apercebam, as achega e as integra também em uma sociedade que precisa, cada vez mais, de ligações entre as pessoas.
@ arrotante do momento!:
Dizem os que a conhecem que a Elena é obcecada e inquieta, mas também entusiasta e perfeccionista. Ela, que também se conhece um bocadinho, diz que é, sobretudo, curiosa. É por isso que gosta de espreitar, de escrever, de experimentar. É por isso que adora cinema, leitura, viagens. E, se calhar, é também por isso que é voluntária, porque há poucas maneiras melhores para descobrir e pôr-se a prova do que isso. |
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