segunda-feira, maio 05, 2014

Are you Out of The Box? - A Catarina e o António estão!


                                            Curso Internacional na Hungria

Nos primeiros dias de Março a notícia surgiu: um bracarense (António) e uma sintrense (Catarina) partiriam dentro de um mês para a Hungria para participar num intercâmbio sobre inclusão social e gestão de conflitos – o “Out of the box”! Além de Portugal, estariam representados outros países europeus: Ucrânia, Bielorrússia, Itália, Hungria, Croácia, Bulgária, Geórgia e Arménia, num total de 22 participantes.

A chegada a Budapeste foi atribulada. Além do céu nublado e do frio, tivemos o contratempo de saber que a mala da Catarina ficara em Lisboa. Mas português que é português desenrasca-se e isso não nos impediu de conhecer Budapeste! Instalados num hostel bem central, aproveitámos a vida nocturna e as ruas de Budapeste antes de partirmos para Galyatető, nas montanhas.


Aproximadamente 2 horas de viagem e Budapeste ficara lá em baixo e lá longe, tapada pelas montanhas e por uma suave, mas sempre presente, camada de nevoeiro. Intermitentemente, os participantes dos 8 países foram chegando a Galyatető e travando conhecimento uns com os outros.

Nos primeiros dias trabalhou-se o grupo. A orientação, a cargo dos 3 “trainers” húngaros e da nossa Joana, portuguesa, foi irrepreensível e valiosa. Nos primeiros dias de curso, realizaram-se actividades para que nos conhecessemos melhor, desenvolvessemos a confiança entre nós e nos aproximássemos do conceito de equipa.

Durante o curso foram abordadas diferentes temáticas através de uma aprendizagem experimental, por meio de palestras e dinâmicas de grupo no exterior. Introduziram-nos os modelos e a dinâmica do conflito, o poder da vulnerabilidade, a contagiante comunicação não-violenta, entre outros temas… a capacidade de partilha e de dedicação dos participantes foi fundamental para que a aprendizagem fosse tão produtiva quanto se revelou.

Finalmente chega o primeiro dia do maior desafio do curso. Fomos incumbidos de preparar um fim de semana de actividades para um grupo de 22 pessoas provenientes de uma instituição que acolhe pessoas invisuais, pessoas com deficiências mentais e as respectivas famílias… sendo que nenhum deles falava inglês. Após o choque inicial, assumimos a nossa responsabilidade e lançámo-nos ao trabalho. Apesar de parecer caótico o funcionamento de 22 pessoas em simultâneo para um mesmo projecto, foi surpreendente como acabámos por nos organizar tão bem e superar algumas dificuldades com que nos deparámos pelo caminho da preparação do projecto.

A manhã estava gelada e reinava um clima de expectativa, mas rapidamente o desconhecido se tornou conhecido. Fizeram-se jogos com sons, músicas, cordas e movimentos. Contaram-se histórias e partilharam-se culturas, experiências e conhecimentos. Terminámos o dia à volta da fogueira, com muita música, paz, e um ritual georgiano, no qual todos confiámos um desejo ao fogo.

Todas as supostas barreiras tinham desaparecido e comunicava-se com sorrisos, gestos, toques, interjeições e claro, com a ajuda das participantes húngaras, que se esforçavam por mediar a comunicação sempre que necessário.



A manhã seguinte estava reservada para actividades ao ar livre. Tudo foi uma aprendizagem, mas foi a cooperação entre todos, incluindo os nossos convidados, o ingrediente principal que permitiu um fim-de-semana agradável, com muitos desafios, mas nenhum problema. Na hora da partida do autocarro da instituição, havia um sentimento de empatia e realização no ar, e até mesmo alguma tristeza.

É fácil para mim separar o antes e depois deste projecto. Tudo mudou. Ganhei novas perspectivas e apercebi-me de realidades diferentes. Experienciei emoções novas e conheci pessoas marcantes. Sinto que este projecto provocou um motim no meu pensamento e que novas ideias colidem agora com aquelas que levava comigo à partida. Espero dar continuidade a este processo e poder um dia vir a transmitir aos outros aquilo que me foi transmitido a mim. - António
  
Conheci pessoas inspiradoras a falar sobre assuntos fascinantes, no ambiente ideal. Foi uma experiência marcante no meu percurso de vida! - Catarina



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