sexta-feira, junho 12, 2015

PERU – Nada se perde, nada se ganha, tudo se transforma aqui e agora!

Senhorita! Uma menina que vá ao Peru fica com esta palavra a ecoar na cabeça, de tanta vez que assim é chamada. E que bom que é… Aos quatro meses a palavra saudade ganha forma, surge para materializar qualquer coisa que acompanha a novidade, o hábito do novo e a necessidade do habitual. É um animal em estado de estimação, que se diverte com rotinas como ser chamada de Senhorita, todos os dias, dezenas de vezes! 

O Peru tem nome de ave, espirito selvagem e muita história para contar. Se tivesse de escolher uma palavra para o descrever diria: Pérola! Uma pérola arqueológica, geográfica, gastronómica, cultural. Arte milenar. Sabedoria popular. Património da Humanidade. 


Comecei por Lima, uma capital que das muitas qualidades que tem eu não lhe deslumbrei nenhuma. Tanta é a confusão, o barulho e o atropelamento que se vive por lá. A seguir desci às profundezas do Canyon de Colca, em Arequipa, numa caminhada de 4 dias tão exigente, quanto inesquecível. Rumo ao sul, foi na fronteira com a Bolívia que encontrei o lago Titicaca, que embora de águas frias, me recebeu de braços quentes em suas aldeias particulares. Subi ao Machu Picchu, a imperdível cidade perdida. É magnificamente deslumbrante! E para terminar desci à selva e deixei-me levar nas águas do rio Madre de Dios. Descobri comunidades nativas e senti na pele que o bicho mais perigoso da selva é o mosquito. 

Foi nesta aventura de altos e baixos que a boca cheirou a comida caseira. A sopa com vários tipos de batata. A bife frito com alho. A queijo de cheiro forte. A pão adocicado. A chicha morada, um refresco de milho. No Peru come-se muito bem e barato, o estômago e a carteira agradecem…
A mente saboreia o que é cultural, típico, consequente. A viajem de mula, a venda das folhas de coca, as mantas e os chapéus característicos de cada região, a alpaca como imagem de marca (no bife, na camisola de lã ou a passear no meio de Cusco), as saias e o folclore. O campo na cidade. A cidade na selva. 


 Os olhos vivem as cores da geografia. Na costa, o azul escuro do Pacífico encontra o ouro do deserto, em linhas imensas de luz, sombra e infinito. No centro a montanha mostra-se imponente em tons de verde, branco e azul de céu. A montanha fala no silêncio do vento, a montanha convida a descida e a subida ao profundo, a montanha tem o tamanho que tu consegues ver! A selva é verde quente, é terra que transpira, é música na corrente infinita de um rio… 

Perante isto tudo as saudades são controversas. São desejos e anseios. Desejos de conversar com amigos. Anseios de abraços, de braços conhecidos. O tempo para matar essas saudades está a chegar, é finito. A controvérsia surge porque serão sempre mais longas as saudades do dia de hoje, do momento em que sinto estas palavras e as escrevo neste texto. Em questão de saudades, as que projeto no futuro, são infinitas. E entre pensamentos e sentimentos nada se perde, nada se ganha, tudo se transforma aqui e agora! 






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 @ arrotante do momento!:
JOANA Há 27 anos que quando chamam por Joana, eu respondo. Acredito que pouca coisa acontece por acaso e gosto de escolher o caminho que piso. Entre os deportos de aventura, o desenvolvimento comportamental, o turismo e a psicologia tenho passado boas experiências e aprendizagens.. Acompanha a restante viagem em Ladybug in Latin America

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