Após enviar muitíssimas
"application form" para para
vários projetos SVE em diferentes países,
Portugal escolheu-me, deu-me uma resposta positiva. Disse a mim mesma,
« porque não » ? É uma oportunidade! As boas aventuras e as
grandes aprendizagens podem ocorrer em qualquer lugar, pois as mudanças e o
crescimento são sempre interiores.
Depois de ter estado um mês em
Lisboa fui morar para a Cabeça Gorda, no Alentejo. Nesta pequena aldeia conheci
o Portugal mais autêntico, conheci os seus costumes, as suas festas (o
« bailinho » a cada 6 ° feira numa aldeia diferente, onde nos
juntávamos todos) aprendi novas danças, descobri a gastronomia mais
típica na casa do João (dono do restaurante / escritor / amante da filosofia),
os incríveis doces da padaria (que só abria às tardes), o artesanato na casa do
sapateiro. E acima de tudo conheci a amabilidade das gentes desta aldeia, pessoas
desconhecidas que abriram as portas das suas casas e nos deixaram fazer parte
de suas vidas.
Quando cheguei à Cabeça Gorda já estavam à
minha espera outras duas voluntárias, a Ilaria e a Elena (uma italiana e a
outra ucraniana) Com elas partilhei todos os momentos, bons e menos bons,
porque esta maravilhosa história do voluntariado, também é coisa de que se pode
não gostar !
O nosso projeto desenvolveu-se na «Associação
Carpe Diem na Aldeia ».
Trabalhávamos com os meninos e as crianças da freguesia. Dinamizávamos
as férias através do desenvolvimento de múltiplas atividades (excursões a
museus, atividades culturais na cidade de Beja, caminhadas, piscina, ateliers
de artes plásticas, invenção de jogos lúdico-educativos, entre outras coisas).
Durante o período escolar, trabalhávamos na sala para jantares e fazíamos
atividades com os meninos nos períodos entre aulas, assim como pelas tardes,
quando terminavam a escola, fazíamos animação, noites de cinema, reforço dos
trabalhos de casa, ateliers de história , entre outras atividades. Sempre
procurámos atividades com sentido educativo para possibilitar o desenvolvimento
da criatividade dos miúdos. Poder trabalhar com os meninos foi incrível, graças a
eles descobri muitas coisas, como o verdadeiro significado da palavra
"paciência"
. Assim, estes pequenos, e não tão pequenos, fazem parte da minha história, são
os grandes protagonistas.
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