O Tiago e o Gustavo têm 3 anos. Se calhar um dia eles também vão fazer parte da Rota Jovem mas para já, são amigos e partilham várias horas do dia juntos. Partilham também jogos, risos, pequenas zaragatas e sobretudo, aprendizagens. Porque Tiago e Gustavo, da mesma forma que os seus 18 colegas de turma, experimentam, descobrem e aprendem juntos na creche pré-escolar gerida pela Associação de Actividades Sociais do Bairro 2 de Maio na Ajuda, um bairro lisboeta tradicionalmente desfavorecido em termos socioeconómicos, com altas taxas de iliteracia e desemprego e níveis de exclusão mais altos do que em outras áreas da cidade que pouco a pouco se estão a corrigir.
E a sua creche é, aliás, especial. Muito especial. Não apenas porque eles, os 20 sem exceção, são excepcionais (e acreditem no que digo). É também porque lá trabalham voluntários SVE que, através da Associação Literatura, Literacia e Medicação (ALEM), organizam e dinamizam actividades e workshops que complementam e enriquecem a sua educação. A Emma e o Ali são dois desses voluntários, e eles conseguem que o espaço de uma manhã qualquer de Março se converta em um espaço cheio de patinhos, borboletas e corações de chocolate, e que os miúdos abram os olhos, curiosos, atentos, ainda mais do que em qualquer outro momento. Guiados por Cândida, a sua educadora e o principal apoio dos voluntários nas suas tarefas, os meninos experienciam com as formas, as cores, os cheiros e os nomes dos ingredientes que utilizam para fazer a massa das bolachas com que sujam as mãos com grande prazer infantil e um sorriso gigante no rosto. Cada sucesso ao amassar é uma pequena vitória que eles querem partilhar e é com a imensa satisfação de terem preparado o seu próprio lanche (e ao ritmo de uma música bastante de acordo com a situação,"é tempo de sorrir, é tempo de brincar") que eles vão para o recreio.
O trabalho da Emma e do Ali ainda continua no pátio, onde eles também jogam, correm e riem. "Os miúdos gostam deles e a relação é muito boa. Gostam de brincar uns com os outros", reconhece Cândida, que nos 37 anos que trabalha na creche já tem visto muitos jovens voluntários passar por cá. "A presença dos voluntários europeus é importante, também para a sua própria socialização. Aprendem mais rápido português e adaptam-se melhor". É igualmente importante para as crianças, sobretudo porque na creche integram-se também meninos com necessidades especiais, entre os que há um miúdo autista e outro com problemas de desenvolvimento. Nestes casos, a Associação trabalha em parceria com a Fundação Liga, que acompanha as tarefas de seguimento e apoio às crianças e que conta também com a colaboração dos voluntários para o desenvolvimento das suas tarefas.
Lá, os miúdos também adoram os voluntários, "é bom para não cair em rotina, são ideias novas e é bom quebrar as rotinas dos rapazes", diz André, auxiliar de ocupação em Liga desde há 12 anos. À pergunta sobre se gosta do seu trabalho, não há sombra de dúvida na resposta: "Gosto muito, é difícil de explicar, mas é mesmo gostar disto". É que o trabalho com pessoas com capacidades diferentes às que se consideram normais é sempre um desafio e portanto, as satisfações são maiores. A Casa das Artes que a Fundação tem em funcionamento também no bairro de Ajuda serve para que estas pessoas possam estimular o seu potencial criativo através de ateliers de cerâmica, musicoterapia, dança inclusiva e artes plásticas. Neste último, é onde a Emma colabora com o seu talento artístico e um sorriso permanente na dinamização do espaço dedicado ao papel maché onde, por acaso, é o bom humor que marca a tónica. Brincadeira atrás de brincadeira, os bonecos de papel vão ganhando forma ao mesmo tempo que os objetivos anuais marcados para os miúdos vão sendo atingidos. Para André, "cada um dos utentes tem a sua capacidade, cá trabalhamos precisamente isso. Uma vez conseguidos, os objetivos vão mudando até chegarem a um ponto de conseguirem fazer tudo sozinhos".
O trabalho da Emma e do Ali ainda continua no pátio, onde eles também jogam, correm e riem. "Os miúdos gostam deles e a relação é muito boa. Gostam de brincar uns com os outros", reconhece Cândida, que nos 37 anos que trabalha na creche já tem visto muitos jovens voluntários passar por cá. "A presença dos voluntários europeus é importante, também para a sua própria socialização. Aprendem mais rápido português e adaptam-se melhor". É igualmente importante para as crianças, sobretudo porque na creche integram-se também meninos com necessidades especiais, entre os que há um miúdo autista e outro com problemas de desenvolvimento. Nestes casos, a Associação trabalha em parceria com a Fundação Liga, que acompanha as tarefas de seguimento e apoio às crianças e que conta também com a colaboração dos voluntários para o desenvolvimento das suas tarefas.
Lá, os miúdos também adoram os voluntários, "é bom para não cair em rotina, são ideias novas e é bom quebrar as rotinas dos rapazes", diz André, auxiliar de ocupação em Liga desde há 12 anos. À pergunta sobre se gosta do seu trabalho, não há sombra de dúvida na resposta: "Gosto muito, é difícil de explicar, mas é mesmo gostar disto". É que o trabalho com pessoas com capacidades diferentes às que se consideram normais é sempre um desafio e portanto, as satisfações são maiores. A Casa das Artes que a Fundação tem em funcionamento também no bairro de Ajuda serve para que estas pessoas possam estimular o seu potencial criativo através de ateliers de cerâmica, musicoterapia, dança inclusiva e artes plásticas. Neste último, é onde a Emma colabora com o seu talento artístico e um sorriso permanente na dinamização do espaço dedicado ao papel maché onde, por acaso, é o bom humor que marca a tónica. Brincadeira atrás de brincadeira, os bonecos de papel vão ganhando forma ao mesmo tempo que os objetivos anuais marcados para os miúdos vão sendo atingidos. Para André, "cada um dos utentes tem a sua capacidade, cá trabalhamos precisamente isso. Uma vez conseguidos, os objetivos vão mudando até chegarem a um ponto de conseguirem fazer tudo sozinhos".
Assim, em um tempo em que crianças e pessoas portadoras de deficiência são
dois dos coletivos sociais mais particularmente vulneráveis e que
portanto, mais atenções precisam, as ações que realizam entidades como a
Associação de Actividades Sociais do Bairro 2 de Maio e a Fundação Liga são mais importantes do que nunca. E o trabalho que os voluntários europeus lá fazem contribui sem dúvida à excelência dessas ações. Às vezes acontece que essas pessoas com
necessidades mais urgentes estão mesmo ao pé de nós. Às vezes só é
preciso olhar, só é preciso querer ver, é só achares que estás a ajudar a alguém.
Dizem os que a conhecem que a Elena é obcecada e inquieta, mas também entusiasta e perfeccionista. Ela, que também se conhece um bocadinho, diz que é, sobretudo, curiosa. É por isso que gosta de espreitar, de escrever, de experimentar. É por isso que adora cinema, leitura, viagens. E, se calhar, é também por isso que é voluntária, porque há poucas maneiras melhores para descobrir e pôr-se a prova do que isso. |
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