Não ganhou, mas bem poderia ter ganho. O Óscar do Melhor Filme que foi atribuído a 12 Anos Escravo era também bem merecido por Nebraska, o último trabalho de Alexander Payne. Rodado a branco e preto e com um ar pretensamente Indie já desde os créditos iniciais, conta uma história e conta-a bem; o que não é pouco num tempo em que às vezes os cineastas parecem esquecer que o cinema consiste precisamente nisso: em contar histórias.
12 Anos Escravo, no entanto, não conta nada. Este filme partiu com a vantagem de ter metade do trabalho feito, por tratar-se de um cenário adaptado repleto de uns factos reais muito poderosos, mas mesmo assim não consegue criar a empatia do espetador. Há que reconhecer que o filme está cheio de planos formosos enfeitados com música linda, mas que não chegam para engradecê-lo: falta garra. Para além disso, beleza não significa narração e é facto assente que a escravidão foi (e é) uma coisa má, pelo que o reforço da ideia e o jeito de contar a história de Steve McQueen não acrescenta nada, torna toda a experiência cinematográfica totalmente insípida e carente de novidade. Mas voltemos a Nebraska, que é o que realmente interessa aquí e agora.
12 Anos Escravo, no entanto, não conta nada. Este filme partiu com a vantagem de ter metade do trabalho feito, por tratar-se de um cenário adaptado repleto de uns factos reais muito poderosos, mas mesmo assim não consegue criar a empatia do espetador. Há que reconhecer que o filme está cheio de planos formosos enfeitados com música linda, mas que não chegam para engradecê-lo: falta garra. Para além disso, beleza não significa narração e é facto assente que a escravidão foi (e é) uma coisa má, pelo que o reforço da ideia e o jeito de contar a história de Steve McQueen não acrescenta nada, torna toda a experiência cinematográfica totalmente insípida e carente de novidade. Mas voltemos a Nebraska, que é o que realmente interessa aquí e agora.
O filme de Payne, ainda sem apresentar uma grande inovação argumental, faz com que o público participe de uma história por vezes cómica, por vezes trágica que consegue arrancar do espetador um sorriso e colocá-lo numa posição de empatia com a personagem principal e com aquelas outras personagens que a rodeiam. Este velhote quase senil (magistralmente interpretado por Bruce Dern) quer percorrer um longo caminho até Nebraska para cobrar um prêmio de um milhão de dólares que lhe foi concedido através de uma carta promocional porque ele, simplesmente, "acredita no que as pessoas lhe dizem". A viagem converte-se no frágil sustento dos planos de futuro do Woody e ao mesmo tempo, em um olhar para o passado da sua vida em que o acompanha o seu filho menor. Não é apenas uma questão de dinheiro, mas algo mais que vai para além disso, que tem a ver com a reafirmação pessoal e com a necessidade de ter um objectivo que se transforme numa pulsão vital mesmo em um momento em que a vida parece não ter muito mais para oferecer. Mas a vida sempre tem sempre algo para nos dar, segundo se despreende nesta história.
Que as obras nomeadas aos Óscares na categoria do melhor filme estão bem feitas é algo garantido, e não se nega que é o caso do filme vencedor deste ano. 12 Anos Escravo é um filme visualmente agradável e tecnicamente bem feito. Mas não passa daí, e infelizmente a história não diz nada. Os que não ganharam ontem também são filmes impecáveis na forma e na sua construção. No caso desta pequena jóia que é Nebraska, que por acaso até é um argumento original, o filme transmite-nos mais, mexe com o espectador, faz-nos reflectir. Perante a dúvida de onde é que devemos investir os próximos quase 6 euros que custa de média um bilhete de cinema, e agora que toda a gente vai querer ver a obra vencedora deste ano, sempre é melhor investir-os nos filmes em sabemos que o responsável por detrás da câmara tem algo interessante preparado para nós.
Que as obras nomeadas aos Óscares na categoria do melhor filme estão bem feitas é algo garantido, e não se nega que é o caso do filme vencedor deste ano. 12 Anos Escravo é um filme visualmente agradável e tecnicamente bem feito. Mas não passa daí, e infelizmente a história não diz nada. Os que não ganharam ontem também são filmes impecáveis na forma e na sua construção. No caso desta pequena jóia que é Nebraska, que por acaso até é um argumento original, o filme transmite-nos mais, mexe com o espectador, faz-nos reflectir. Perante a dúvida de onde é que devemos investir os próximos quase 6 euros que custa de média um bilhete de cinema, e agora que toda a gente vai querer ver a obra vencedora deste ano, sempre é melhor investir-os nos filmes em sabemos que o responsável por detrás da câmara tem algo interessante preparado para nós.
Dizem os que a conhecem que a Elena é obcecada e inquieta, mas também entusiasta e perfeccionista. Ela, que também se conhece um bocadinho, diz que é, sobretudo, curiosa. É por isso que gosta de espreitar, de escrever, de experimentar. É por isso que adora cinema, leitura, viagens. E, se calhar, é também por isso que é voluntária, porque há poucas maneiras melhores para descobrir e pôr-se a prova do que isso. |
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