A Joana saiu há 3 dias da Guatemala rumo à Costa Rica,mas esteve em Fevereiro no México. Aqui fica um breve resumo da sua experiência no país.
O que é viajar um
mês pela primeira vez no México? Viajar é mudar de rotina e de cenário. As
necessidades são as mesmas que em casa, o conforto, a segurança, a
sociabilização e a realização pessoal. Os cenários são escolhidos com base no
imaginário, nos guias de viagem vivos que surgem no caminho e nas oportunidades
dos estados de espirito.
Agora a questão é.
Como descrever em palavras o que se cheira com a boca, se saboreia com a mente
e se vive com os olhos? Neste texto quero partilhar o que foi o México, mas
antes digo que viajo com os sentidos e pouco procuro, porque estou sempre a
encontrar. Ir a Roma e não ver o Papa é natural, porque me encantei com o
italiano que toca viola, numa praça que passou no meu caminho.
Este caminho passou
por quatro estados – Yucatán, Quintana Roo, Tabasco e Chiapas, um breve menu de
degustação das 31 opções que o México oferece. As cidades – Cancun e Tulum, as
vilas – Valladolid e San Cristobal de las Casas e as aldeias – Bacalar e
Tapijulapa foram o cenário do meu bairro, da minha casa, da minha experiência.
Os Estados Unidos
Mexicanos são imensos, intensos e surpreendentes. A diversidade e multiplicidade
dos estilos de vida convergem numa confusão organizada, que funciona. A cultura
ancestral modernizada, globalizada é parte de uma identidade tão viva que liga
o céu e a terra.
A boca cheirou o amarelo
torrado do milho frito na rua, na sopa, nas tortilhas, que são o pão nosso de
cada dia. A lima é o verde intenso e delicado que rega tudo o que é sólido e
liquido, que refresca e desinfeta as especialidades mexicanas. O abacate é a
textura sedutora no topo dos pratos, com nomes entusiasmados que resumem ideias
de juntar carne e tortilhas.
A mente saboreia os novos conceitos e experiências. A variedade de vendedores ambulantes e o espírito empreendedor destes vivem uma justiça social acidental, que cria necessidades e soluções para todos. A quantidade de mulheres, jovens e crianças lançam-me o desafio de refletir sobre a família nesta sociedade. Numa aparência de pobreza económica mas riqueza humana, nas ações que fazem da família uma equipa! Os olhos vivem uma diversidade incrível e infinita de estímulos. As cores e as roupas típicas, os grupos e os hábitos, o jeito e os sorrisos, o comércio no chão e o centro comercial, as bases da arte popular e os ícones turísticos, a bicicleta que leva pai e filha à escola, o Chevrolet que para eu atravessar, as casas com portão e as sem porta, o cheiro a fogueira e o fumo dos carros.
O que é viajar um mês pela primeira vez no México? É caminhar desconhecidamente por um novo mundo, integrar um universo pessoal nele e descobrir o sentido universalmente presente nos dois. O cenário pode ser mais ou menos estimulante, mas a intensidade da viagem é da minha autoria. A disponibilidade de viver e a interpretação da realidade não dependem de nada mais, se não de mim mesma…em qualquer lugar que esteja.
Há 27 anos que quando chamam por Joana, eu respondo. Acredito que pouca coisa acontece por acaso e gosto de escolher o caminho que piso. Entre os deportos de aventura, o desenvolvimento comportamental, o turismo e a psicologia tenho passado boas experiências e aprendizagens.. Acompanha a restante viagem em Ladybug in Latin America |
1 comentário:
Esta é a força de quem escreve com a alma e com tudo o que tem.
Sem duvida, o Mexico ficou mais perto!
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