Afinal a história do meu SVE acabou por se escrever. Já passaram oito meses desde a primeira vez que me parei a reflectir sobre a aventura que acabava de começar e agora, quase sem me ter apercebido, está prestes a acabar. E neste tempo aconteceram muitas coisas que, sem dúvida, mudaram a minha maneira de ver o mundo e mesmo de ver-me a mim própria. Foram 44 semanas intensas, 308 dias de descobertas emocionantes, 7392 horas de risos, 443520 minutos de disfrute. Foram dez meses que deram para descobrir e aprender tudo quanto eu queria descobrir e aprender à chegada. Mas, sobretudo, foram tempos de experiências, pessoas e momentos, porque afinal é disso que o SVE se vai tecendo pouco a pouco.
O meu SVE foram as visitas dos primeiros dias, as conversas dos primeiros momentos. Foram as aulas de português cedo de manhã. Foi o comboio das 10h20 e as corridas para apanhar o comboio das 10h20. As confidências lá na cozinha da casa de Arroios. Os fronte-sala na Culturgest em perfeita harmonia luso-espanhola. O azul do céu em Novembro (e mesmo em Dezembro!). O silêncio ensurdecedor quando o fado ressoa. As filas eternas no Pingo Doce. As mensagens enraivecidas da Moche ao ficar sem saldo. Os galões muito, muito claros. A gastronomia italiana em todas as suas versões. As partidas ao jogo-da-velha à espera do metro. A descoberta da música pimba. O surf (ou qualquer coisa do género acima de uma tábua) em Carcavelos. O intercâmbio de fones no comboio. O autocarro nocturno. Os pontapés à gramática portuguesa. As corridas pela Alameda. Os abraços. A importação massiva de ovos da Galiza. As piadas no meu local de trabalho. O omnipresente fio musical do metro de Lisboa. Os túneis infinitos na ilha da Madeira. Os grandes jantares na diminuta sala da casa de Arroios. A descoberta de muita (muita, mesmo) música não pimba. A Feira da Ladra nos sábados. As lentilhas vegetarianas aos domingos. As tentativas de dançar sem embaraço. A saudade. Os quebra-cabeças com o Photoshop. Os amigos italianos. A (re)descoberta da natureza. Os livros, os passeios, o mar. As estrelas na Serra da Estrela. Tranquilo, ta-se bem. O treino da comunicação não verbal para uma óptima interação checo-espanhola. As escaladas aqui e acolá. Os exames (aprovados!) de português. Os filmes italianos. Os filmes lusófonos. Os filmes chineses. A alegria no meu local de trabalho. O cheirinho a sardinhas em Junho. As quase intermináveis caminhadas por Almirante Reis. O brincar a ser pedreira. Os risos. Os mimos da Conceição (e os do Hugo, os da Patrícia, os da Teresa, os da Ana, os das Cláudias). O saque da comida comum (na cozinha da casa de Arroios, claro). Os turistas por todo o lado. As boleias na Costa Vicentina. As amizades inesperadas. Os velhotes a dar conversa nas paragens de autocarro do Alentejo. As primeiras despedidas. A imensa satisfação e a infinita felicidade ao fazer balanço.
E, mais do que nenhuma outra coisa, o meu SVE foram as pessoas que fizeram possíveis todos esses momentos e que tornaram estes dez meses uma experiência inigualável, incrível, inesquecível e muito, muito especial que sem dúvida fica já para sempre gravada. Agora só resta saber, mais uma vez, qual será a próxima paragem, mas isso é, também agora, uma história que ainda está por escrever.
O meu SVE foram as visitas dos primeiros dias, as conversas dos primeiros momentos. Foram as aulas de português cedo de manhã. Foi o comboio das 10h20 e as corridas para apanhar o comboio das 10h20. As confidências lá na cozinha da casa de Arroios. Os fronte-sala na Culturgest em perfeita harmonia luso-espanhola. O azul do céu em Novembro (e mesmo em Dezembro!). O silêncio ensurdecedor quando o fado ressoa. As filas eternas no Pingo Doce. As mensagens enraivecidas da Moche ao ficar sem saldo. Os galões muito, muito claros. A gastronomia italiana em todas as suas versões. As partidas ao jogo-da-velha à espera do metro. A descoberta da música pimba. O surf (ou qualquer coisa do género acima de uma tábua) em Carcavelos. O intercâmbio de fones no comboio. O autocarro nocturno. Os pontapés à gramática portuguesa. As corridas pela Alameda. Os abraços. A importação massiva de ovos da Galiza. As piadas no meu local de trabalho. O omnipresente fio musical do metro de Lisboa. Os túneis infinitos na ilha da Madeira. Os grandes jantares na diminuta sala da casa de Arroios. A descoberta de muita (muita, mesmo) música não pimba. A Feira da Ladra nos sábados. As lentilhas vegetarianas aos domingos. As tentativas de dançar sem embaraço. A saudade. Os quebra-cabeças com o Photoshop. Os amigos italianos. A (re)descoberta da natureza. Os livros, os passeios, o mar. As estrelas na Serra da Estrela. Tranquilo, ta-se bem. O treino da comunicação não verbal para uma óptima interação checo-espanhola. As escaladas aqui e acolá. Os exames (aprovados!) de português. Os filmes italianos. Os filmes lusófonos. Os filmes chineses. A alegria no meu local de trabalho. O cheirinho a sardinhas em Junho. As quase intermináveis caminhadas por Almirante Reis. O brincar a ser pedreira. Os risos. Os mimos da Conceição (e os do Hugo, os da Patrícia, os da Teresa, os da Ana, os das Cláudias). O saque da comida comum (na cozinha da casa de Arroios, claro). Os turistas por todo o lado. As boleias na Costa Vicentina. As amizades inesperadas. Os velhotes a dar conversa nas paragens de autocarro do Alentejo. As primeiras despedidas. A imensa satisfação e a infinita felicidade ao fazer balanço.
E, mais do que nenhuma outra coisa, o meu SVE foram as pessoas que fizeram possíveis todos esses momentos e que tornaram estes dez meses uma experiência inigualável, incrível, inesquecível e muito, muito especial que sem dúvida fica já para sempre gravada. Agora só resta saber, mais uma vez, qual será a próxima paragem, mas isso é, também agora, uma história que ainda está por escrever.
Dizem os que a conhecem que a Elena é obcecada e inquieta, mas também entusiasta e perfeccionista. Ela, que também se conhece um bocadinho, diz que é, sobretudo, curiosa. É por isso que gosta de espreitar, de escrever, de experimentar. É por isso que adora cinema, leitura, viagens. E, se calhar, é também por isso que é voluntária, porque há poucas maneiras melhores para descobrir e pôr-se a prova do que isso. |
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