A Domiziana tem 22 anos e muitas histórias para contar. Siciliana de Messina, já morou no Chile e agora está connosco em Portugal para fazer o seu SVE na ALEM. Ela, que acredita mesmo na luta pela inclusão social e na igualdade entre todas as pessoas, está a trabalhar nas escolas do bairro da Ajuda em Lisboa com o objectivo de superar todos os desafios que tem pela frente e deixar a sua marca daqui a 8 meses.
O meu primeiro encontro com Lisboa aconteceu implicitamente há alguns meses atrás, ao voltar da América Latina, quando eu me tinha prometido a mim própria que aprenderia Português com o propósito de poder voltar áquele continente maravilhoso e ter a capacidade de poder comunicar em todos os países. Quando acabei o meu curso na universidade, uma coisa era certa: eu queria arriscar, ver quais eram as minhas habilidades e também os meus medos. Assumir a responsabilidade de sair da minha zona de conforto e ter a certeza do que será o meu futuro. Desta forma Lisboa chegou, de repente. Eu conheci uma associação maravilhosa em Palermo, CEIPES, e graças a eles um projecto, “Strengthen the bond of inclusion”, que se desenvolve com um SVE - Serviço deVoluntariado Europeu de 9 meses de duração em Lisboa.
O meu primeiro encontro com Lisboa aconteceu implicitamente há alguns meses atrás, ao voltar da América Latina, quando eu me tinha prometido a mim própria que aprenderia Português com o propósito de poder voltar áquele continente maravilhoso e ter a capacidade de poder comunicar em todos os países. Quando acabei o meu curso na universidade, uma coisa era certa: eu queria arriscar, ver quais eram as minhas habilidades e também os meus medos. Assumir a responsabilidade de sair da minha zona de conforto e ter a certeza do que será o meu futuro. Desta forma Lisboa chegou, de repente. Eu conheci uma associação maravilhosa em Palermo, CEIPES, e graças a eles um projecto, “Strengthen the bond of inclusion”, que se desenvolve com um SVE - Serviço deVoluntariado Europeu de 9 meses de duração em Lisboa.
E cá estou eu!
Numa viagem em dois aviões e com tantas
horas de duração como para fazer invejar qualquer ida a outro continente foi
como há já dois meses eu cheguei à Lisboa "sedutora", como alguém a
definiu recentemente. Aqui qualquer ângulo se torna uma descoberta e fica
difícil não considerar a ideia de nunca parar para dormir. Lisboa é as sete
colinas e os dois lados separados do estuário do Tejo, o que está a faltar para
não me sentir em casa? (eu sou italiana,
e em Roma também temos sete colinas, e siciliana, onde temos também o Estreito
de Messina).
O meu projecto de voluntariado está
relacionado com a inclusão social. Quando há uns meses atrás eu terminei o meu
curso estava indecisa e não sabia se continuar a estudar para aprofondar melhor
naqueles temas que sempre me tiveram curiosa do ponto de vista teórico ou se pôr
em prática os conhecimentos adquiridos e, também, descobrir quais eram as
minhas habilidades práticas e de adaptação a situações diversas. A alternativa a
este projecto teria sido o começo dum mestrado em Geografia que fornecer-me-ia
as bases para entender como a construção das grandes cidades pode influenciar a
nível económico e social uma população. É por causa disto que é muito interessante
para nós não olharmos a cidade com olhos de
turista. Tenho a possibilidade de estar a trabalhar na parte "escondida"
desta cidade sendo protagonista da luta contra a exclusão, a
segregação e a ideia de uma divisão social inexorável, contribuindo à ideia de que
ninguém é inferior ao outro e que não é necessariamente um contexto social que
vai influenciar a formação, o crescimento, a vida ou as possibilidades duma
pessoa. É muito agradável ver os jovens rebeldes (e não só) com muita vontade de se expressar e cheios de
recursos apesar das poucas pessoas que acreditam neles. E é uma grande honra
ter a possibilidade de consciencializar sobre isto.
Do outro lado, estou a viver numa zonas mais centrais de Lisboa junto com
cinco companheiros de viagem vindos de cidades europeias diferentes: a Andrea
de Santiago de Compostela; a Cira de Barcelona; o Diego de Madrid; a Nadejda de
Sofia e a Ileana de Bucareste. Isto é para mim uma oportunidade incrível de
interculturalidade: o confronto diário com ideias diferentes, com modelos de educação diferentes e com diversos estilos de vida é para mim uma fonte de inspiração e de crescimento pessoal. Isto para além da possibilidade de me deslocar facilmente e para
diariamente comparar as diferenças entre "esta Lisboa e a outra", considerando que todas as estruturas onde nós trabalhamos estão na periferia de
Lisboa.
As organizações nas quais nós trabalhamos são
principalmente jardins de infância, escolas e associações. Com a ALEM -Associação Literatura e Mediação, quatro de nós complementamos o trabalho dos
professores através da proposta de laboratórios e workshops que principalmente
pretendem estimular o interesse pelo estudo dos alunos e o conhecimento por
parte das instituições da arte, do desporto e da música como elementos
facilitadores da aprendizagem. Também é importante o trabalho de estimulação do
movimento especialmente na Fundação LIGA, que se ocupa de “procurar responder
às necessidades e interesses de cada utente, (...) com condicionamentos da sua
funcionalidade física, social e/ou cultural, (...) com programas abrangentes,
sempre com laboratórios artísticos.”
O primeiro mês foi sobre de tudo um
mês de observação. Os meus companheiros e eu visitámos todas as estruturas, do
Bairro da Ajuda com o jardim da APIA (Associação de Protecção à Infância da Ajuda), a Associação de Actividades Sociais do Bairro 2 de Maio e a Fundação LIGA,
até o Bairro da Outurela com a Escola Básica Sophia de Mello Breyner, onde estão sobretudo
os meninos jovens das comunidades africanas e ciganas de Lisboa. Este mês certamente
foi útil para entender as nossas preferências e para reflectir sobre quais das
nossas propostas poderiam ser mais oportunas para as diferentes estruturas. Para além disso, nós também fazemos parte de seminários e conferências, onde nos informaram sobre o
conceito de educação de 360 graus e sobre métodos alternativos como a arte,em
tudas as suas facetas. Graças à Rota Jovem e ao SVE - Serviço de Voluntariado Europeu,
todos nós temos a possibilidade de ser apoiados em qualquer questão e de fazer
parte dos vários projectos que eles desenvolvem na associação.
A escolha das estruturas nas quais trabalhar esteve
baseada no nosso interesse pessoal. Eu decidi apontar principalmente para algo
que eu nunca tinha experimentado e apesar de eu fazer parte em projectos
diferentes em instituições diferentes, o meu trabalho desde o fim do mês de
Novembro está focado em ajudar nos jardins de
infância e aos jovens com deficiência, mas também num projecto de cinema com os meninos da
escola b ásica.
O objectivo do projecto é não apenas transformar a nossa contribuição numa inclusão social mais sólida e possível
mas também concretizar a máxima do “do ut des” enquanto se trata duma ajuda mútua.
Este projecto e esta experiência são
então o começo duma descoberta pessoal, do conhecimento da cidade das mil
descobertas, com edifícios vazios mas cheios de histórias e a vontade de lutar
por aquilo que merece a pena. Com portas meio abertas das quais sai a voz
duma mulher acompanhada pela maravilhosa viola de doze cordas. Significa a possibilidade de apresentar as culturas diferente na minha própria
casa, com os meus companheiros de viagem e com as diferenças entre todos nós, até a mistura maravilhosa de culturas que eu encontro novamente nas escolas junto com as
comunidades africanas e ciganas.
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