segunda-feira, novembro 13, 2017

Um training course doutra perspectiva

Um mês e meio antes da semana indicada, o Training Course "Don't fear the refugee" começa para os responsáveis do projeto.
O Graziano a propor atividades e a Ana coordenando com ele para encaixar tudo. Chamadas para o local do alojamento,
seleção dos participantes, reembolso de bilhetes, respostas para mil perguntas, dias de não terminar até tarde...
Dias de muito trabalho que no momento parecem triviais mas que são mesmo importantes para o resultado final.


Duas semanas antes, chega o meu momento. Começo a preparar o material necessário para as atividades, vou ao hostel
e à sala de atividades para tirar fotos e ver o espaço, perduro um horário para que os participantes não se percam,
desenho e escrevo cartazes para várias atividades, compro material em falta, preparo os materiais para cada participante:
saco, caderno, lápis, fita, mapa, agenda ...
Três dias antes do início da actividade o telemóvel da Ana fumega! Chamadas para solicitar mudanças nos planos
de programas, perguntas sobre refeições no hostel, visitas de pessoas da Câmara Municipal que querem saber mais sobre
este excelente projeto, cerimônia de entrega de prémios, participantes com dúvidas ou mudanças de vôos…
O dia X é a 25 de Outubro. Viagens para trazer o material da Rota para a sala de atividades.
Arrumação das coisas para acabar tendo uma sala branca com cadeiras em forma de roda. Todo o material colocado,
sacos de presente feitos... Falta apenas uma coisa... Os participantes!


22 pessoas de nove nacionalidades e culturas muito diferentes, pessoas provenientes da Armênia, Itália, Líbano, Portugal, Ucrânia,
Macedónia, Hungria, Catalunha e Grécia viveram nove dias na pequena cidade de Cascais, entre o agradável, pequeno e acolhedor hostel
Nice Way e a sala da escola IES Buisness. Mais duma semana para reconstruir todas as ideias pré-feitas sobre os refugiados e migrantes que todos e cada um dos participantes tinham.
As minhas tarefas no terreno eram tirar fotos, pendurar cartazes e tomar notas dos comentários dos participantes e assim também eu
consegui ampliar o meu conhecimento, após ter participado no intercâmbio de jovens dentro do mesmo projeto.
Com as apresentações de cada um dos participantes começamos a conhecer a realidade dos refugiados nos seus países, nas suas cidades.
Falar com diferentes especialistas portugueses que conhecem o assunto e, especialmente, conhecer e ouvir histórias reais de refugiados
que chegaram em Portugal, também me ajudaram a avaliar a situação na minha cidade. A participação de três voluntários da minha
entidade catalã também me ajudou a analisar a situação desde outra perspectiva.


Apesar do cansaço de fazer todo o trabalho que está por trás deste Training Course, ele ajudou-me a crescer como pessoa, a saber
como funciona um projeto assim e a aprender muito sobre a temâtica.
Quero terminar esta crônica com a frase de uma das participantes do TC:

“A refugee is just a term. Not all "refugees" have the same stories. They are not all the same! But yes, they all deserve the same rights!”

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