O 22 de Novembro o Raul Pinto, o professor da Biologia da Escola Básica Sophia de Mello Breyner fez uma aula diferente. Não foi na escola, não foi com mesas e cadeiras. Foi uma aula no Oceanário! Teria sido muito lindo que todos os voluntários SVE tivessem estado presentes, mas o grupo estava na Formação à Chegada em Guimarães e apenas a Nadejda e eu conseguimos ir. Aproveitei para saber um pouco mais do trabalho dos nossos voluntários nas escolas parceiras da ALEM.
À uma e meia na porta do Oceanário de Lisboa estavam
moitas turmas. Enquanto procurava a Nadejda encontrei um grupo de meninas que
sabia que eram daquela escola. Perguntei diretamente pelo professor e uma das
meninas berrou: "- Professora! As estagiárias!". Não veio a professora, mas todos os alunos a correr. Alguns perguntavam onde estavam os outros voluntários, outros brincavam tentando falar em Inglês. “I'm a good Bulgarian” “Que fala Bulgariano, Bogarian? Perguntavam pela Nadejda. Uma bem-vinda bem engraçada! Pouco mais tarde chegou o Raul e entramos no mundo dos peixes.
“Quando eu morrer voltarei para buscar os instantes que não vivi junto do mar”. Uma frase da poetisa que dá nome a escola, para começar a visita. Esta poetisa acompanha-nos durante toda a visita com poemas que os alunos e o Raul vão lendo. Entre explicações e aquários aproveitamos para falar com os meninos. Depois do aquário, das mantas e dos peixes Luas um aluno vem ter com a Nadejda para falar com ela. Ele pergunta sobre os oceanários da Bulgária e mostra interesse por saber se no país dela também há e se são grandes como aquele.
Enquanto olhamos para uma janela do aquário central, passam tubarões e as barracudas bem quedas nos observam, tenho as primeiras opiniões dos alunos sobre os voluntários. “Gostamos muito dos voluntários, eles ensinam-nos e nós ensinamos-lhes a eles coisas sobre Portugal, palavras em Português…”, “temo-nos ligado muito a eles”.
Depois de passar pelo Oceano Atlântico norte, pelo Antártico e pelo Pacífico temperado os alunos começam a estar cansados. E quando chegamos à parte final, no Índico Tropical, entre pequenos peixes de colores, polvos e caranguejos gigantes, um grupo de meninas dizem-me mais coisas bonitas sobre o Diego, a Domi, a Nadejda e a Ileana. “São simpáticos, gostam de ajudar, são prestáveis e são muito sociáveis.”
Todo o que eles dizem são coisas positivas. Alguns explicam-me as actividades que fazem com eles. Uns gostam da maneira em que Domiziana tentou fazer calar os alunos durante o filme “Hotel Ruanda”, ela já tem ganho o respeito deles pela sua forma de fazer muito calma e respeitosa. Outros falam da actividade que fizeram com a Ileana e com o Diego sobre a cultura romena, dizem que foi uma boa actividade para incentivar os alunos a conhecerem outras culturas. “Vetêment, robe, chemise, chaussettes”. Uma menina mostra o vocabulário que a Nadejda lhe tem ensinado nas aulas de Francés. Muitos alunos falam também das aulas de cozinha do Diego, gostam do gesto dele, de aprender doutra maneira, e alguns que ainda não estiveram com ele dizem que gostariam de ir para cozinha aprender com ele.
Depois de todas as opiniões chegamos ao fim do oceanário, mas aqui não acaba tudo, ainda fica a visita à exposição temporal sobre as florestas submersas. E então aproveito para saber o que é que os professores pensam. “A sua ajuda é muito importante, sobretudo nesta escola”, diz a professora. Raul, que acaba de ser pai e portanto não tem estado muito tempo com os voluntários, tem no entanto uma opinião firme. “É importante a sua ajuda porque ensinam doutra maneira, eles mostram a educação não-formal, e têm qualidades que o professor não tem”.
O fim da visita chega às quatro da tarde
quando toda a turma não pôde andar mais e estão todos sentados no chão. Uma frase, “Atlântico, Pacífico, Índico, Antártico, Ártico: Um só Oceano”, fai-nos lembrar que ainda que todos somos de diferentes lugares (Bulgária, Roménia, Itália, Espanha e Portugal) somos todos humanos deste mundo. Uma bonita frase para acabar nosso dia.
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