quinta-feira, julho 30, 2015

Era uma vez… a Criatividade: Escrita Criativa e Storytelling


“ O presente impõe formas. Sair dessa esfera e produzir outras formas constitui a criatividade.” – Hugo Hofmannsthal in O livro dos Amigos
Vivemos na era da exigência, do imediato, da quantidade aliada à qualidade, da rapidez, do instantâneo e ainda temos tempo para respirar. Vivemos um momento histórico em que a Humanidade muito se orgulha e faz dele o grande pilar dos seus grandes feitos: a ascensão do mundo virtual e a sua capacidade de conetar tudo a todos.
De nómadas passámos a sedentários para sermos de novo nómadas mas desta vez com uma diferença: somos nómadas que percorremos quilómetros através de um simples e humilde “click”. No entanto, grandes feitos tem a suas repercussões, mesmo que não estejamos cientes do que isso significa. 

Na era da exigência e do instantâneo, o que adotámos para corresponder às nossas novas necessidades (o já, o aqui e o agora) foram modelos pré-definidos, standart, o que provoca muitas vezes situações monótonas e sem qualquer tipo de estímulo (a não ser o do consumo rápido). E para além do mundo sem barreiras, podemos assistir também a um fenómeno contraditório: aquele em que vivemos, o isolamento social e de comunicação.

Eis adiante, o nosso verdadeiro novo desafio: como contornar estas questões e aproveitar o balanço dos nossos tempos(?). Não vou dar nem temos uma resposta certa e eficaz para a resolução destes problemas, contudo uma coisa é certa: a mudança começa em nós. E outra igualmente certa é que com a ajuda do engenho e da arte tudo é possível. 

O desenvolvimento de novas ideias e soluções advêm da aquisição de novas ferramentas ou de desenvolver algumas que já temos. 

Duas delas aqui apresento para abrir uma reflexão: a escrita e a capacidade de escutar.

O ato de escrever por mais banal que pareça é uma das ferramentas que mais desenvolve as competências da comunicação. A nível neurológico, ajuda no surgimento de novas ideias, na capacidade de concentração e na retenção de memória. Aliada à criatividade, a escrita pode ser uma mais-valia nos tempos que correm, nomeadamente dentro do mercado das ideias, que cada vez é mais exigente. 

Quando assentamos uma ideia, um pensamento ou um sonho, mesmo que seja o mais absurdo, podemos encontrar algo que realmente pode resultar enquanto ideia empreendedora. Pequenos exercícios de escrita ou dar continuidade a um diário pode incentivar um espirito crítico e aberto nos dias de hoje. 

Também tem um efeito terapêutico, é um importante momento de introspeção e reflexão dos desafios pessoais. Ajuda a clarificar os nossos valores, propósitos e ganhos. Clarifica os próximos passos, escolhas e novas direções.
Escrever não necessita ser sequencial ou fazer sentido. Nesse momento ninguém está a avaliar a gramática, a pontuação, etc… Escrever é um processo que ajuda a estar mais consciente do presente.

Com o mesmo efeito, a nossa capacidade de escutar desenvolve a nossa compreensão do que está acontecer ao nosso redor, da nossa capacidade de criar significado e cultivar entendimento. Quantas vezes ouvimos invés de escutar alguém? 

O Storytelling é um termo recente, no entanto é uma prática ancestral. A arte de contar histórias tem como base 3 princípios: Descobrir, Capacitar e Partilhar.

Quando existe uma verdadeira partilha, dá-se o início de um processo de conexão entre identidades e entidades, de realidades e opiniões. Descobrimos a outra parte, os seus valores, crenças e cultura e daí quebram-se estereótipos, conceções e barreiras. E quando pedes a alguém para contar a sua história, no fundo capacitas essa pessoa, ao dares uma voz e que essa voz tenha a liberdade de se exprimir. Promove-se o entendimento entre realidades e consciencializa-se para algo que pode ser fruto de uma verdadeira mudança.

@ arrotante do momento!:
INÊS Entre a Arte e o Zen existe a Inês, uma criativa que se define ser uma sinergia explosiva contrastada com uma paz de alma. O resultado é uma constante curiosidade pelo mundo, montes de sorrisos para quem por ela passa e uma caixinha de surpresas.
Apesar de tudo acredite... ela é um ser da terra e não da lua.