segunda-feira, agosto 07, 2017

Dinamarca em 366 dias by Nila Amado

Atenção: Esta história é completamente real, mas devido à imaginação fértil da “escritora” a mesma é narrada de forma criativa (ou pelo menos essa era a ideia) ;)

29 de Feveiro de 2016
Arrumar as malas, abraçar as memórias dos que me são mais caros, trancar a porta, entrar com confiança no carro, ligar o rádio e sintonizar a RDP África (estão de rádio), ir para o terminal 2 do Aeroporto, dizer obrigada ao Pai e levantar voo.
Destino: um novo capítulo que terá exatamente a duração de 365 dias.

1 a 31 de Março de 2016
Bem-vinda a uma nova vida, com novas pessoas, culturas e línguas. Assim começou um novo capíulo da minha (ainda) curta história de 24 anos – Copenhaga.
Dizem que a primeira vez jamais se esquece, verdade? Eu posso bem corroborar essa tese. O primeiro mês foi intenso, tanto para aprender e compreender a tantos níveis:
Acomodação: Aprender a dividir a casa com uma Argentina que morava na Alemanha e com uma Grega que fala Francês!
Trabalho: Aprender como apanhar o comboio de Lyngby (localidade onde vivia) para a estação central de Copenhaga e não me perder pelo caminho. E saber como conviver num escritório multicultural com Dinamarqueses; Eslovenas; Búlgaros; Franceses; Argentina; Grega; Australiana; Croata; Sueca e mais Dinamarqueses!
Língua: Se não perguntares ninguém te vai dizer, que afinal o que o maquinista disse no intercomunicador, é que há atrasos nos comboios devido a problemas de sinalização e que o comboio afinal já não vai para Lyngby, mas sim para Svanemøllen e que de lá tens que apanhar um autocarro que fará a ligação até Lyngby.
On-arrival training: Oportunidade de conhecer outros voluntários de diversos pontos da Europa (Alemanha; Polónia; Espanha; Roménia; França; Holanda; Grécia; Áustria; Itália; Ucrânia; Rússia; Georgia; Croácia e claro a minha colega Argentina – que nós adoptamos como sendo Europeia devido ao seu carinho especial por este belo continente) que chegaram mais ou menos ao mesmo tempo que nós e que também estão a tentar processar toda a informação acerca desta nova experiência de vida na Dinamarca.

1 a 30 de Abril de 2016
Ufa, um mês já se passou, sobrevivi! Mas e o frio que se faz sentir lá fora no início de Abril? Felizmente já vamos quase no fim do mês e as flores já vão brotando com uma cor tão viva que mais parece que foram pintadas à mão.
Como eu gosto de caminhar pela rua mais perfeita da Dinamarca. Perto do nosso Castelo (sim porque eu vivo num castelo – Lyngby Castle – como é carinhosamente apelidado o nosso apartamento que já acolheu várias gerações de voluntários) existe uma rua, que mais faz lembrar as ruas das vivendas americanas que comumente vemos nos filmes de final de tarde. E é por lá que passo todos os dias para ir até à estação de comboios, a minha rua predilecta “a rua das rosas.”
Como faz toda a diferença o sol e quão bom é sair à rua! Sabe tão bem deitar na relva dos “Jardins do Rei” em Nørreport, ficar à conversa com amigos e rir às gargalhadas das piadas que vão preenchendo o tempo. E quando o sol vai-se despedindo é hora de caminhar até ao centro da cidade. Entrar pela Strøget a rua pedonal, estilo rua Augusta, cheia de turistas a andar como formigas de um lado para o
outro e a barafustar em diferentes idiomas. Entrar num pub Irlandês e ficar mais um bom bocado à conversa, até chegar a hora de apanhar o comboio de volta a casa.

1 a 31 de Maio de 2016
Maio chega depressa porque quero mais dias de sol por favor.
Abril deixou-me um pouco desapontada, a confundir-me todos os dias. Ora de manhã faz sol e ao meio da tarde chove e vice-versa.
Será que te podes decidir Ó tempo? Ou é um dia de sol ou um dia de chuva, os dois é que não!
Era bom se fosse assim tão fácil, mas a verdade é que por mais que tenha pedido, mesmo implorado ele (o tempo) nunca me ouviu e fez exatamente o que lhe deu na gana. Obrigou-me assim, a habituar-me a mudanças de temperaturas repentinas e a trazer sempre comigo roupa para um dia quente e frio.
Porque uma coisa é certa em Copenhaga: o tempo é a coisa mais incerta de sempre. Por isso é que eu e uns outros quantos chamamos-lhe “tempo esquizofrénico”, mas por favor não lhem contem, é segredo.
Mas finalmente tu chegaste Maio. Que delícia sentir os teus raios de sol, a príncipio tímidos mas à medida que os dias foram passando, deixaste a timidez de lado e nos presenteaste com um dos melhores meses de Maio de que há memória na Dinamarca.
Os teus raios alegraram-me e deram-me a energia que precisei para dar conta do trabalho que começava a acumular na minha secretária e as horas à frente do computador começaram a passar a correr.
No escritório há sempre muito que fazer, especialmente quando temos a a todo o vapor. Há que trabalhar para promover uma vida mais fisicamente ativa em toda a Europa e além fronteiras.
E qual o melhor lugar para ser o centro da Campanha, senão um país tão ativo quanto a Dinamarca? Juro que nunca tinha visto pessoas tão ativas como os dinamarqueses. É incrível ver que eles não permitem que o tempo os faça parar. Faça chuva ou faça sol a prática desportiva faz parte do seu ADN.



1 a 30 de Junho de 2016
Junho começou bem, quente e convidativo. Tão convidativo que até houve tempo de mergulhar (no nadar) no mar salgado do Báltico.
Quem diria? Nunca pensei que pudesse ter um verão tão bom na Dinamarca a ponto de desfrutar de um dia de praia. A sério, tenho de repetir, um dia de praia em Copenhaga com direito a chuva miudinha, mas passageira.
E adivinhem lá? A água é tão ou menos gelada que em Sesimbra ou na Costa da Caparica. Foi quase como se estivesse em casa, primeiros passos na água a tremer por todo lado e depois do primeiro mergulho, afinal não é assim tão mau (desde que haja sol é claro!).
Mas falta o cheiro a mar, falta o cheiro a sal, mas ao menos a água é tão límpida que se consegue ver o fundo. Enfim, não se pode ter tudo não é mesmo?
Sorte minha, ainda o mês não ía a meio e rumamos a Barcelona, para nos encontrarmos e sermos inspirados pela ávida determinação de um grupo de jovens Europeus com a chama da mudança.
Jovens determinados a desenvolver projectos sociais, com a capacidade de estimular e promover um estilo de vida mais ativo nas suas comunidades. Eles eram sem dúvida alguma, os verdadeiros Change-makers Europeus. Quisera eu, com aquela idade fazer parte de um grupo de jovens tão determinados e conscientes dos problemas ao seu redor. Bem, o bom é que nunca é tarde e sortuda sou eu de estar a testemunhar algo deste género.
E assim, cheia de inspiração voltei a Copenhaga. Estive tão perto de Portugal, mas ainda assim tão distante, mas tranquilo noutra altura voltarei, agora vou rumo à minha nova casa. Sim, é estranho dizer casa, mas a verdade é que após 4 meses Copenhaga já começa a saber a casa.

1 a 31 de Julho de 2016
Bolas, quando é que acabam todas estas iniciativas? Tanto que fazer, ainda tanto por fazer!
Eu vim para aqui para trabalhar e o meu lema é: dar o meu melhor e fazer o melhor que sei. Vá, agora respira fundo, medita, encontra a tua motivação e segue em frente.
A sério, a vida é uma cena do outro mundo, num momento queremos tanto, no outro já não queremos saber e a vontade ficar a vaguear.
Será que é isto mesmo que eu quero? Será que eu gosto de viver aqui? Será que faço parte da minha equipa? Será que as pessoas gostam de mim? Será que sou capaz de levar isto avante?
Porque é que o dinamarquês é tão díficil? Não podiam falar uma línga mais fácil? Porque é que parece que sou invísivel neste país? Ainda ninguém viu que tenho cor, sou Negra!

Porque é que os Dinamarqueses são tão cordiais, mas ao mesmo tempo tão indiferentes? Porque é que só tenho amigos internacionais? Eu moro na Dinamarca não na “Internacionalândia”! Devia ter mais amigos “nativos” não?
Não me apetece falar, não quero sair, não quero estar muito envolvida. Preciso do meu espaço, do meu tempo, da minha vida de volta. Preciso sair desta bolha que se chama voluntaridado! Já falta pouco daqui a mais ou menos 6 meses estou de volta a casa.
Okay, tiveste o teu momento de “fanicar”, mas está na hora de encontrares o teu balanço.
Estás na Dinamarca! Acorda quando é que vais ter uma oportunidade destas outra vez? Sim, tens razão, chega de reclamar e faz-te à vida. Agarra a tua garra “Africanopeia” e segue em frente, vais conseguir. Afinal se fosse tudo fácil, não tinha a mesma graça não é mesmo?
Depois da tempestade vem a bonança, felizmente fui capaz de encontrar o meu balanço novamente no meio da tempestade.
No meu caso, o facto de ter encontrado uma Igreja com a qual me identifiquei e cuja visão vai de encontro aos meus valores, foi determinante.
Trouxe-me mais vida, a vida que sentia falta e que deixei em Portugal. Sendo eu Cristã Envagélica, a Igreja é crucial na minha vida e o voluntariado que faço nesta com as crianças é algo insubstituível.
Nos momentos mais desafiantes, a Igreja, através de Jesus e da palavra de Deus é a minha rocha. E sorte tive eu de ter encontrado a Hillsong Church, poucos meses depois de ter cá chegado, e ter começado a frequentar e a envolver-me mais na Igreja. E por conseguinte, também no Ministério Infantil. Tudo acontece por um motivo, eu acredito que sim. Logo, é bastante importante encontrarmos o nosso ponto de equílibrio (seja ele qual for) no meio da adversidade.

1 a 31 de Agosto de 2016
Quão bom que é ver caras conhecidas hã? Agosto, meu querido mês de Agosto trouxeste-me o meu irmão, o primogénito e o meu grande amigo.
A família é um dos pontos basilares na nossa vida e o facto de ter tido o previlégio de receber a visita do meu irmão mais velho, ainda que por um período tão curto, trouxe-me uma lufada de ar fresco.
Trouxe-me o português. Ó meu Deus, como senti falta de falar essa língua tão bela. Sem sombra de dúvidas, o português é a língua do meu coração e nada se compara a sua melodia. Que saudades tinha eu dela e nem sequer sabia.
Mas o mês ainda vai a meio e ainda há linhas por escrever: próxima paragem Aarhus. Enquanto voluntária na ISCA fui presenteada com diversas experiências e uma delas foi a viagem de team building na segunda maior cidade da Dinamarca, no meio de Jutland, como é chamada a parte continental do país, sendo que Copenhaga se encontra na parte insular.
Engraçado, em Portugal eu vivia na parte continental, agora estou a experienciar o oposto, sabe bem mudar de perspectivas!
Voltando a Aarhus, foi nesta cidade acolhedora e com algumas colinas, onde tive a oportunidade de fazer parte de uma das iniciativas que a NowWeMOVE promove o NowWeBike. Esta consiste num evento cujo objetivo é sensibilizar e promover a importância da prática desportiva. Para tal, foi designada uma equipa com 4 ciclistas turcos, que durante 30 dias percorreram uma rota em bicicleta de Copenhaga até Viena, passando por mais de 8 países na sua jornada.
Portanto, enquanto parte do staff de organização, não podiamos perder a ocasião de apoiá-los na passagem por Aarhus em direcção à Alemanha.
E assim foi, de mala e cuia todo o staff da ISCA viajou de comboio para apoiar a nossa equipa de ciclistas e estreitar os laços entre nós através desta atividade de team building.

1 a 30 de Setembro de 2016
Setembro é o tão conhecido mês do início das aulas, para uns um alívio, para outros uma seca.
Para mim, enquanto voluntária, Setembro não será uma coisa nem outra, verdade seja dita este é um dos meses mais ativos que já vivi em Copenhaga.
Isto porque, este é o ponto alto das iniciativas promovidas pela NowWeMOVE e eu como a coordenadora de uma delas “European Fitness Day” não tenho mãos a medir.
Desde telefonemas a potenciais parceiros, emails a associados, envio de material a participantes, a convites a entidades para promoverem o evento, o meu trabalho no escritório estava a todo o vapor.
Mas, no meio de tanta agitação, uma vez mais tive a oportunidade de viajar, desta vez para “Midjutland”, a parte central continental da Dinamarca, para uma pequena localidade chamada Silkeborg com a minha colega Argentina.

A nossa viagem teve como objetivo representar a ISCA e promover o evento oficial de abertura da Semana Europeia do Desporto promovido pela União Europeia, o “FlashMOVE”.
A viagem em si foi uma experiência bastante rica, na qual nos deu a conhecer melhor o conceito de Høje Skole Dinamarquês. Bem como, nos abrir os olhos para a constatação de que, embora os Dinamarqueses dominem o inglês quase de forma nata, ainda assim nem todas as pessoas, especialmente em zonas mais rurais fala fluentemente inglês. O que reforçou em mim, ainda mais a necessidade de começar aprender (nem que seja a um nível básico) o dinamarquês e me atrever a comunicar neste idioma completamente distinto do português.
E claro, esta curta viagem também nos proporcionou tempo para absorver e contemplar a paisagem rural da natureza dinamarquesa.


1 a 31 de Outubro de 2016
E porque a sorte não é egoísta, ela vem sempre aos pares, pelo menos eu gosto de pensar assim.
Outubro já chegou, bora lá fazer as malas outra vez, e desta vez a paragem é a Hungria!
As três voluntárias escolhidas: Portuguesa, Grega e Eslovena, lá fomos nós de Copenhaga a Olso e desta última cidade diretamente para Budapeste. Mais uma vez fomos ao encontro de agentes de mudança Europeus, neste caso em particular o tópico era a Educação através do Desporto.
Hospedados num complexo hoteleiro com acesso a instalações desportivas nos arredores de Budapeste, foi lá que o grupo com cerca de 30 pessoas de diferentes países Europeus, incluíndo Portugal (e não, eu não era a representante de Portugal, pois eu fui como representante da Dinamarca) se reuniu. Este encontro teve como objetivo debater e desenvolver os primeiros passos do que poderá vir a ser uma futura parceria num projecto Europeu para promover esta temática.
Durante essa semana tive a chance não só de conhecer melhor cada participante e as suas respectivas organizações, pois cada um de nós foi incubido de apresentar a sua orgnização e promover um momento de atividade física, como apreciar algumas iguarias que estes trouxeram.
E claro está, se temos Portugueses no grupo, os esteriótipos prelavecem, e não é que os Portugueses foram mesmo os últimos a chegar? E que também trouxeram as melhores iguarias? Que saudades do nosso delicioso pão alentejano, atum em conserva, bacalhau, azeite e chocolates Regina!

1 a 30 de Novembro de 2016
Na verdade parece que a minha maré de sorte não pará em Budapeste, e desta vez a paragem é Londres!
Após meses a coordenar o “European Fitness Day”, chegou o momento de apresentar os resultados, recolher o feedback dos parceiros e começar a delinear os passos para o próximo ano. Os nervos estão à flor da minha pele, literalmente.
É que esta viagem é a minha prova dos nove, porque tenho de fazer a apresentação dos resultados do evento e como se não bastasse, tenho de os fazer em inglês!?
Cheguei mais cedo ao escritório onde terá lugar a reunião, preparo meticulosamente a sala, dou-lhe um toque profissional, preparo o computador, projector e a apresentação. Tudo está pronto, os participantes começam a chegar e são recebidos com um almoço leve e em seguida após um momento de convívio chegou a hora da verdade.
A directora geral da campanha faz uma breve introdução e passa-me a palavra.
A minha garganta esta seca mas as palavras saíem à velocidade da luz!
Impressionante, já me dizia o meu professor de Laboratório de Comunicação Interpessoal da ESCS: A Nila é uma boa comunicadora, mas não é eficaz, porque fala muito rápido. Jesus, socorro! Eu preciso de respirar enquanto falo (e eu respiro, mas as pessoas pensam que não, talvez precise de respirar ainda mais devagar). Enfim, ninguém é perfeito, é por isso que uso o meu sinal “estou em construção”.
A reunião termina e claro que os comentários e reparos à minha apresentação são precisamente ao facto de falar muito rápido. Definitvamente isto é algo no qual tenho que continuar trabalhar, não posso terminar este voluntariado sem alcançar esse objetivo.

1 a 31 de Dezembro de 2016
Novembro já lá vai, está na hora de recuperar forças e energias com umas boas e merecidas férias. Mas não antes de fazer uma última viagem de trabalho e desta vez advinhem lá para onde?
Aterrei no dia 4 de Dezembro cerca das 16h00 numa das mais belas capitais da Europa: Lisboa menina e moça!
À minha espera estava o então novo Coordenador da NowWeMOVE em Portugal, que me levou ao encontro da Directora Geral da NowWeMOVE, que se dirigiu de propósito a Portugal pela primeira vez para se reunir com a Direção do INATEL, para oficializar a parceria entre esta e a ISCA.
Ao todo esta viagem teve duração de cerca de 5 dias, onde não só nos reunimos com o INATEL, bem como com outras entidades em Lisboa, Porto e Gondomar.
Esta foi a primeira vez que fiz um “intrarail” com dois Portugueses (membros do INATEL) e dois Búlgaros (Directora Geral da NowWeMOVE e o seu companheiro).
Foi de facto uma viagem memorável, na qual nós como anfitriões os levamos a conhecer Lisboa, Cascais, Oeiras, Porto, Gondomar, Óbidos, Aveiro e ainda a bela vila de Sintra.
Depois de terminada esta semana de reuniões e encontros é tempo de descanso. Até Janeiro!

1 a 31 de Janeiro de 2017
De volta a Copenhaga, foi quase um mês em casa a reconectar com amigos e a passar tempo com a família.
Foi também tempo de reflexão, decisão. E agora para onde seguir? Voltar ou ficar? Estas foram a perguntas que eu levei comigo para Lisboa e as respostas que trouxe para Copenhaga.
Em Portugal eu tenho o que preciso e Lisboa será sempre a minha casa, mas eu sou cidadã do mundo.
Está na minha hora de arriscar, sair da zona do conforto e desafiar os meus prórpios limites. A vida é feita de decisões e esta poderá ser uma das mais determinantes dos meus, ainda acabados de fazer, 25 anos.
Vou ficar, e explorar as minhas oportunidades, não tenho nada a temer. Prefiro arrepender-me por ter tentado do que o oposto.
Então, esta é hora de arregaçar as mangas, finalizar todas as tarefas que ainda tenho em mãos, mantendo sempre o meu lema: dar o meu melhor e fazer o melhor que sei.
Mas ao mesmo tempo, está na hora de procurar por um novo trabalho e acomodação. Sim, porque não se vive do ar e como já dizia um professor da faculdade, não existem almoços grátis!

1 a 28 de Fevereiro de 2017
Boas notícias para mim, encontrei um trabalho temporário e um lugar onde ficar. Ufa, posso respirar de alegria, menos uma preocupação e mais uma confirmação dos meus planos de ficar pela Escandinavia.
Mas ainda há algo que tenho de alcançar, um objetivo que ainda está pendente. E desta vez, rumo à Polónia, eu e a minha nova colega e voluntária da Estónia apanhamos o voo de Copenhaga a Wroclaw para a cerimónia de encerramento do projecto Youth on The MOVE e para a reunião de Coordenadores Nacionais da NowWeMOVE.
Nesta viagem tive a oportunidade de reencontrar caras conhecidas, da minha primeira viagem à Dinamarca para o MOVE Congress em Novembro de 2015, então na qualidade de Coordenadora da NowWeMOVE em Portugal (2015), evento no qual foi-me dado a conhecer o SVE por uma outra voluntária.
Além disso, foi uma viagem memorável pelo facto de ter encontrado com pessoas amigas que tenho acompanhado, desde o meu envolvimento com a NowWeMOVE em Portugal e por ser a última enquanto voluntária na ISCA. Mas esta viagem, embora com alguns momento caricatos, assinalou também o momento da minha derradeira apresentação na reunião de Coordenadores Nacionais, onde tive que apresentar uma proposta para um dos eventos, que poderá fazer parte do calendário de atividades da Campanha para o ano de 2017.
Desta vez, embora com o tão familiar nervoso miudinho, consegui construir um melodia coerente e consistente, com notas agudas e graves, cuja a audiência fora capaz de compreender.
Bravo, bravissimo, finalmente eu consegui fazê-lo. Pena não ter tido o professor de Laboratório de Comunicação Interpessoal lá para dizer: “A Nila é uma boa comunicadora e é eficaz, porque falou espassadamente mas quando foi necessário, soube dar maior entoação ao seu discurso. Diria que houve um bom equilíbrio entre o rápido e o lento”. Pelo menos é o que o meu ego gosta de pensar que ele diria…
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Agora há mais de 10 mil pés de altura, num avião da TAP, com um rácio de bebés/crianças a bordo, acima daquele que normalmente estou habituada (algo me diz que a minha vida vai estar sempre de alguma forma ligada às crianças), posso afirmar que sinto-me feliz e estou de volta a Lisboa. Mas, com viagem de regresso marcada para Copenhaga.
Por agora, no momento é lá que está, também, casa e é por lá que ficarei, até à próxima aventura!
O meu conselho para ti que chegaste ao fim desta longa história: pensa, pensa, mas não fiques só a pensar, arrisca! Desafia-te a ti próprio e vai além dos teus limites. E lembra-te a experiência só começa quando o desafio é aceite.


Adjeksenila Amado, Ex-Voluntária SVE
Céu de Lisboa, 27 de Maio de 2017

Enfrenta a vida sempre com um sorriso 


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